BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta terça-feira não concordar com visão de que o Congresso Nacional tratará exclusivamente de denúncia contra o presidente Michel Temer daqui para frente e defendeu que o governo continua engajado na aprovação das reformas.
Após participação em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, ele também não descartou a elevação da Cide sobre combustíveis como uma das alternativas para aumentar as receitas do governo, mas pontuou que medidas serão anunciadas a seu tempo.
"Nós vamos fazer as medidas adequadas e necessárias no seu momento. Antecipar medida não contribui em nada para o cenário", afirmou ele a jornalistas, depois de ser questionado se era a favor da investida.
Durante sua fala na audiência, o ministro afirmou ser evidente que o cenário para recuperação do Brasil piora consideravelmente sem a aprovação das reformas e que o caminho para a retomada passa pela redução de despesa, sendo a previdenciária a principal delas.
Perguntado se a perspectiva para as reformas econômicas não piorava após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter feito denúncia contra Temer, Oliveira afirmou que o Congresso não irá ficar tratando exclusivamente deste assunto.
"Nós vamos insistir na aprovação das reformas, em particular a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, que são pautas que já foram apresentadas pelo governo e estão no Congresso Nacional. Então essa decisão não vai ser alterada. A nossa pauta continua sendo a aprovação das reformas", afirmou.
"Eu não compactuo desse diagnóstico de que o Congresso vai ficar paralisado", disse.
Em relação às perspectivas do governo para a Produto Interno Bruto (PIB), que atualmente são de um avanço de 0,5 por cento para este ano e de 2,5 por cento para o ano que vem, o ministro afirmou que as revisões também serão feitas no seu devido tempo.
"Será feita a revisão. Não estou dizendo que será feita uma redução", afirmou Oliveira.
O ministro destacou que os parâmetros econômicos para este ano serão revistos em julho, por ocasião do próximo relatório bimestral de receitas e despesas. Já os do ano que vem serão revisados na Proposta de Lei Orçamentária Anual de 2018, que deverá ser enviada ao Congresso Nacional até o fim de agosto.
(Por Marcela Ayres)