Por Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a Índia está mobilizando mais tropas e consertando estradas ao longo de seu lado da fronteira em meio a um impasse cada vez mais tenso em uma região fronteiriça remota ao lado do reino himalaio do Butão.
O impasse em um planalto próximo do Estado indiano montanhoso de Sikkim, que faz divisa com a China, aumentou a tensão entre os dois vizinhos, que compartilham uma fronteira de 3.500 quilômetros, da qual grande parte é alvo de disputas.
"Já faz mais de um mês desde o incidente, e a Índia não só ainda está permanecendo ilegalmente em território chinês, também está consertando estradas na retaguarda, armazenando suprimentos, reunindo um grande número de efetivos armados", disse a chancelaria em um comunicado.
"Isto certamente não é para a paz".
A Índia negou tal reforço militar e, em um comunicado enviado ao Parlamento na noite de quinta-feira, a chanceler Sushma Swaraj exortou o diálogo baseado em um entendimento comum por escrito relativo à intersecção de fronteira firmado em 2012.
"A Índia sempre acredita que a paz e a tranquilidade na fronteira Índia-China é um pré-requisito importante para o desenvolvimento sereno de nossas relações bilaterais", afirmou Swaraj, de acordo com uma transcrição de seus comentários divulgada por seu gabinete.
"Continuaremos a nos engajar com o lado chinês por meio de canais diplomáticos para encontrar uma solução mutuamente aceitável".
No início de junho, segundo a interpretação chinesa dos acontecimentos, guardas indianos cruzaram para a região chinesa de Donglang e obstruíram o trabalho em uma estrada do planalto.
Depois disso, soldados dos dois lados se confrontaram perto de um vale controlado pela China que separa a Índia do Butão, seu aliado próximo, e dá acesso à China ao chamado Pescoço de Galinha, uma faixa estreita de terra que liga a Índia e suas regiões remotas do nordeste.
A Índia disse ter alertado a China que a construção da estrada perto de sua fronteira comum causaria sérias implicações de segurança.
(Reportagem adicional de Douglas Busvine em Nova Délhi)