Por Jill Serjeant
LOS ANGELES (Reuters) - Quando o diretor Ridley Scott decidiu retirar Kevin Spacey de seu filme "Todo o Dinheiro do Mundo" e gravá-lo novamente com Christopher Plummer, ele não realizou somente um feito extraordinário.
A atuação de Plummer no papel do bilionário norte-americano J. Paul Getty também mudou sutilmente o tom do filme sobre o sequestro sensacional do neto de 16 anos de Getty em 1973.
"Kevin tem uma certa frieza. É o estilo dele, mesmo quando está sendo emotivo", disse Scott em entrevista.
"Este homem (Plummer) tem um charme enorme, e quando você aplica este charme a tais palavras, às vezes muito duras, torna tudo muito mais interessante".
Parte biografia e parte suspense, "Todo o Dinheiro do Mundo" dramatiza o sequestro de John Paul Getty III na Itália e a recusa de seu avô a pagar um resgate de 17 milhões de dólares, apesar de ser o homem mais rico do mundo.
Em novembro, Scott tomou a rara decisão de gravar novamente o filme já finalizado com Plummer devido às alegações de assédio sexual feitas contra Spacey, dizendo temer que a publicidade negativa prejudicasse as perspectivas da produção.
Spacey emitiu um pedido de desculpas após o primeiro incidente relatado, envolvendo o ator Anthony Rapp. Desde então, o ator foi acusado de assédio sexual por mais de 30 homens e foi retirado da próxima temporada da série "House of Cards", do Netflix.
A Reuters não conseguiu verificar as alegações contra Spacey. O ator vencedor do Oscar está passando por um tratamento não especificado e, na segunda-feira, um representante não respondeu a um pedido por comentários.