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Britânicos continuam polarizados sobre Brexit a um ano da separação da UE

Publicado 28.03.2018, 11:02
© Reuters. Bandeira da UE em Great Yarmouth, na Inglaterra

Por Elizabeth Burden

GREAT YARMOUTH, Inglaterra (Reuters) - Debruçado sobre o balcão de sua barraca de frutos do mar na cidade litorânea inglesa de Great Yarmouth, Darran Nichols-George diz que aqueles que ainda se queixam da votação realizada no Reino Unido sobre a separação da União Europeia, conhecida como Brexit, devem parar de reclamar.

"No final das contas vivemos em uma democracia, e portanto eles tiveram a votação", disse o peixeiro de 51 anos. "Votamos pela saída, então vamos sair".

Ele foi um dos 17,4 milhões de britânicos que escolheram a desfiliação da UE em um referendo de 2016, dando a vitória à campanha do Brexit ao superarem os 16,1 milhões de compatriotas a favor da permanência no bloco.

Desde então o Brexit tem sido uma constante nas manchetes -- das conversas difíceis com a UE e dos vazamentos de previsões governamentais sobre uma piora para o Reino Unido aos peixes lançados no rio Tâmisa por pescadores revoltados com as cotas europeias.

Um ano antes da separação, marcada para março de 2019, as alegações de que a principal campanha pela saída da UE violou a lei ressuscitaram lembranças da batalha amarga do referendo.

Apesar de o tema dominar as discussões do Parlamento e as páginas dos jornais, as opiniões dos eleitores continuam polarizadas como sempre.

"Agora as pessoas pensam em si mesmas como as que vão e as que ficam, e veem os acontecimentos desta perspectiva", disse Sara Hobolt, professora de política da London School of Economics, à Reuters. Ela estima que entre 80 e 90 por cento dos britânicos não mudaram de ideia desde 2016.

Algumas figuras destacadas, como o ex-primeiro-ministro Tony Blair, exigiram um segundo referendo sobre o acordo final com a UE para que as pessoas possam opinar devidamente cientes do possível desfecho, mas pesquisas indicam que não existe um apoio majoritário para uma nova consulta.

© Reuters. Bandeira da UE em Great Yarmouth, na Inglaterra

Ainda que houvesse outro plebiscito, as pesquisas mostram que os britânicos continuam profundamente divididos e que a maioria provavelmente votaria da mesma maneira.

Na cidade abastada de Norwich, que abriga uma universidade e se encontra a meros 34 quilômetros de Great Yarmouth, o sentimento a respeito da Europa é radicalmente diferente, mas a intransigência é a mesma.

"Eu odeio, realmente odeio", disse Gaye Sorah, de 59 anos, à beira das lágrimas, ao pensar no Brexit. "Só mais um ano, é um desastre. Gostaria que pudéssemos voltar no tempo".

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