Por Vivian Sequera e Andreina Aponte
CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conquistou a reeleição no domingo com uma polêmica vitória em eleições questionadas pela oposição, que pediu a repetição do pleito devido a denúncias de irregularidades.
Com 92,6 por cento dos votos apurados, Maduro tinha 5,8 milhões de votos, enquanto seu adversário mais próximo, Henri Falcón, tinha 1,8 milhão, informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
"Ficou grogue", disse Maduro em discurso ironizando Falcón em um palco próximo ao Palácio de Miraflores, após declarar vitória ante milhares de seguidores que acenavam com bandeiras, gritavam e se abraçavam, enquanto outros disparavam fogos de artifício.
Um terceiro candidato, Javier Bertucci, conseguiu 925.000votos, em uma eleição que teve comparecimento inferior a 50 por cento, menor do que em eleições passadas na Venezuela. Segundo cálculos da oposição, o comparecimento foi ainda menor, de 30 por cento.
Apesar de sua baixa popularidade, a vitória de Maduro, um ex-motorista de ônibus de 55 anos, era dada como certa devido à sua poderosa maquina eleitoral, à ausência dos candidatos mais populares de oposição por estarem presos ou impedidos de concorrer, e ao pedido de boicote por parte da coalizão de oposição para não legitimar o que diz ser uma "ditadura".
Falcón não reconheceu os resultados da eleição e denunciou irregularidades como a presença de postos do governo perto dos locais de votação para checar eleitores. Ele pediu uma repetição da votação em outubro. Bertucci, o candidato minoritário, também pediu novas eleições.
Maduro disse que pedirá à autoridade eleitoral que investigue todas as denúncias de irregularidades.
"Vamos revisar tudo. Não podemos aceitar que se manche a vida institucional do país", afirmou.
(Reportagem adicional de Alexandra Ulmer, Andrew Cawthorne, Deisy Buitrago e Girish Gupta, em Caracas; Anggy Polanco, em SanCristóbal; Mircely Guanipa, em Punto Fijo; Tibisay Romero, emValencia; Francisco Aguilar, em Barinas; e Caroline Stauffer, emBuenos Aires)