ROMA (Reuters) - Os esforços para formar um governo de coalizão na Itália entraram em colapso no domingo depois que o presidente italiano rejeitou uma escolha de um eurocético para comandar o crucial Ministério da Economia, provocando uma possível crise constitucional e abrindo a perspectiva de novas eleições.
Os líderes dos dois partidos que tentam montar um governo, a Liga de extrema-direita e o Movimento 5 Estrelas, anti-establishment, acusaram o presidente Sergio Mattarella de abusar de sua autoridade e trabalhar sob as ordens das potências europeias.
O líder do 5 Estrelas Luigi Di Maio, cujo partido conquistou a maioria das vagas em uma votação inconclusiva em 4 de março, exigiu que o parlamento impugne Mattarella, aumentando espectro de turbulência política na terceira maior economia da zona do euro.
Os mercados financeiros caíram na semana passada sob o temor de que a coalizão aumentaria os gastos, elevando a já enorme dívida da Itália, que equivale a mais de 1,3 vezes a produção doméstica do país.
Procurando acalmar as preocupações dos investidores, Mattarella vetou no domingo a escolha do economista Paolo Savona, de 81 anos, um crítico da moeda única, para o posto central da economia.
O primeiro-ministro designado Giuseppe Conte prontamente abandonou seus esforços para formar um governo.
Em um discurso sombrio e televisionado, Mattarella disse que aceitou todos os ministros sugeridos com exceção de Savona.
"Eu pedi para esse ministério uma figura política com autoridade dos partidos da coalizão que não fosse vista como defensora de uma linha que poderia provocar a saída da Itália do euro", disse ele.
Logo depois, ele convocou o ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) Carlo Cottarelli para uma reunião na manhã de segunda-feira - uma indicação de que ele pode estar pensando em pedir a ele que comande um governo de tecnocratas não eleitos.