SÃO PAULO (Reuters) - As compras pagas com cartões no Brasil cresceram quase 14 por cento no primeiro semestre, refletindo sinais de retomada do consumo no país e na esteira da entrada de mais competidores no setor, o que tem reduzido as taxas cobradas de lojistas.
Segundo a entidade que representa a indústria de meios de pagamentos, Abecs, os pagamentos com cartões de débito e de crédito entre janeiro e junho somaram 720 bilhões de reais, um aumento de 13,6 por cento ante mesma etapa do ano passado.
Por categorias, as compras com cartões de crédito cresceram 14 por cento no primeiro semestre, para 450 bilhões de reais, enquanto com cartões de débito o avanço foi de 12,3 por cento, para 265,4 bilhões de reais.
Um dos vetores do crescimento foi o maior uso dos meios eletrônicos, como cartões, em detrimento de cheque e dinheiro. A participação dos cartões no pagamento de consumo das famílias subiu 2,3 pontos percentuais, ano a ano, para 34 por cento do total.
"É a maior taxa anualizada de crescimento em quatro anos", disse o presidente da Abecs, Fernando Chacon. Em 2014, a taxa de crescimento do setor tinha sido de 14,8 por cento.
O movimento aconteceu também na esteira da multiplicação das empresas de cartões, o que tem provocado uma queda gradual das taxas cobradas dos lojistas. Segundo o executivo, a tendência é de que as taxas cobradas continuem caindo nos próximos meses.
A expectativa da entidade é de que o volume de contas pagas com cartões no Brasil em 2018 cresça entre 14,5 e 16,5 por cento ante 2017.
"Ainda há uma imensa oportunidade de ampliar o uso dos cartões", disse Chacon, prevendo que a participação do setor no consumo privado suba para 60 por cento do total nos próximos quatro anos.
(Por Aluísio Alves)