LOS ANGELES (Reuters) - Caitlyn Jenner, a mais conhecida celebridade transgênero dos Estados Unidos, disse na quinta-feira que errou ao apoiar o presidente Donald Trump, dizendo que ele insultou a comunidade transgênero e os usou como "peões" políticos.
Jenner, de 68 anos, que anunciou sua transição do medalhista olímpico Bruce Jenner para Caitlyn em 2015, votou no republicano Trump nas eleições presidenciais de 2016 apesar das críticas da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênero (LGBT).
Em um artigo de opinião para o jornal Washington Post na quinta-feira ela disse que esperava trabalhar com Trump e com os formuladores de políticas republicanos para ajudar as pessoas transgênero.
"Infelizmente, eu estava errada. A realidade é que a comunidade trans está sendo atacada implacavelmente pelo presidente."
"Ele ignora nossa humanidade. Ele insultou nossa dignidade. Ele fez das pessoas trans seus peões políticos enquanto ele nos ataca para agradar o segmento mais direitista de seu partido", escreveu Jenner.
O artigo de Jenner foi publicado após uma reportagem nesta semana que dizia que o governo Trump estaria tentando criar uma definição limitada sobre gênero como sendo apenas masculino ou feminino e inalterável após sua determinação no nascimento.
"Não é aceitável, é entristecedor, e isso me machucou pessoalmente de maneira profunda", escreveu Jenner, que já foi, enquanto Bruce, o patriarca do programa de televisão "Keeping Up with the Kardashians".
Jenner e o rapper Kanye West, que é casado com Kim Kardashian, são as duas maiores celebridades que apoiaram Trump.
Mas Jenner escreveu na quinta-feira: "Eu não posso apoiar alguém que esteja trabalhando contra a nossa comunidade. Eu não apoio Trump. Eu preciso aprender com meus erros e seguir adiante".
Jenner não estava imediatamente disponível para mais comentários.
(Reportagem de Jill Serjeant em Los Angeles)