SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco (SA:BBDC4) espera aumentar a rentabilidade no próximo ano com clientes de varejo adquiridos com a compra da unidade local da HSBC, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo Octavio de Lazari.
O Bradesco comprou as operações do HSBC no Brasil em agosto de 2015 por 5,2 bilhões de dólares. O negócio aumentou os ativos do Bradesco em 16 por cento e adicionou 5 milhões de clientes.
Lazari disse que a rentabilidade dos ex-clientes do HSBC ainda é apenas 86 por cento da dos clientes do Bradesco. Para fechar a lacuna, o Bradesco pode elevar tarifas no próximo ano, após o término de uma decisão antitruste referente à aquisição.
Por outro lado, os clientes corporativos herdados do HSBC já superam a lucratividade de seus antigos pares do Bradesco.
Extrair retornos melhores do negócio do HSBC faz parte da estratégia da Lazari para aumentar a lucratividade do banco nos próximos trimestres.
"Se o crescimento do crédito se recuperar, o retorno sobre o patrimônio líquido do Bradesco pode chegar a 21 por cento", disse ele em conferência com analistas. O banco teve um retorno sobre o patrimônio de 19 por cento no terceiro trimestre, 0,6 ponto percentual acima do mesmo trimestre do ano anterior.
Por essa medida, o Brasdesco está atrás de seus dois principais rivais privados - o Itaú Unibanco e o Santander Brasil (SA:SANB11).
As ações preferenciais do Bradesco subiam cerca de 5 por cento nesta sessão da B3, um dos maiores ganhos do Ibovespa, que subia ao redor de 1 por cento.
Mais cedo, o Bradesco divulgou aumento de 13,7 por cento no lucro do terceiro trimestre na comparação anual, a 5,47 bilhões de reais, com redução das perdas com empréstimos. O resultado ficou um pouco abaixo da estimativa média de analistas ouvidos pela Refinitiv, de um lucro de 5,5 bilhões de reais.
"Os ganhos não foram apenas fortes, mas as principais tendências operacionais também melhoraram: crescimento do crédito, margens e qualidade dos ativos", disse o analista do Itaú BBA, Thiago Batista.
Em meio à recuperação econômica gradual do Brasil, o índice de inadimplência do Bradesco em 90 dias também deve cair nos próximos trimestres, disse Lazari. O índice de inadimplência caiu 0,3 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, para 3,63 por cento.
A carteira de crédito expandida do Bradesco alcançou 523,4 bilhões de reais, alta de 1,5 por cento na comparação trimestral, ajudada por pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Em 12 meses, o aumento foi de 7,5 por cento.
(Por Carolina Mandl)