Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quinta-feira, monitorando a trajetória da divisa no mercado internacional em dia de nova atuação do Banco Central no mercado cambial.
Às 10:14, o dólar (BRBY) avançava 0,48 por cento, a 3,9403 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,64 por cento, a 3,9215 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,4 por cento.
"O dólar já está operando com pouca liquidez. Os leilões de linha não estão sendo suficientes para gerar liquidez. Tudo o que está sendo oferecido está sendo tomado", disse a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de linha --venda com compromisso de recompra-- com oferta de 1 bilhão de dólares, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. [nS0N1Q902E]
Este vai ser o sétimo leilão de linha realizado pela autoridade monetária apenas em dezembro. Até a véspera, o BC injetou 7 bilhões de dólares neste mês. No final de novembro, já havia colocado 3 bilhões de dólares, além de ter rolado 1,25 bilhão de dólares que venceria no início de dezembro.
A autoridade também anunciou que pretende fazer a rolagem integral do vencimento de 10,373 bilhões de dólares em swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- de janeiro ao informar que começará a rolagem na próxima quarta-feira, dia 2, com oferta de até 13,4 mil contratos. [nEMN4BZW4T]
Os investidores monitoravam o comportamento da moeda norte-americana no exterior, em meio às contínuas preocupações com a guerra comercial dos Estados Unidos com a China, que aumenta a pressão sobre o setor industrial chinês, cujos lucros recuaram em novembro pela primeira vez em quase três anos.
Além disso, seguiam acompanhando o impasse da paralisação do governo norte-americano, além das críticas do presidente Donald Trump ao chairman do banco central dos EUA, Jerome Powell, e à trajetória de alta de juros da instituição.
O dólar caía ante a cesta de moedas (DXY) e tinha leves baixas contra as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano <ZAR=>.
"O noticiário não está ajudando, com aversão ao risco, paralisação nos EUA... Trump já deixou claro que não quer mais que o Fed suba os juros, dados fracos da China. Tudo assusta o mercado e é ruim para emergentes", disse Fernanda.
A formação da taxa Ptax de final de mês --usada na liquidação de vários derivativos cambiais-- ajudava a trazer um pouco de volatilidade no ambiente de baixa liquidez.