Arena do Pavini - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter, por unanimidade, a taxa básica de juros em 6,5% ao ano nesta quarta-feira (20). No comunicado, houve uma mudança na avaliação do balanço de risco de assimétrico para simétrico, ou seja, fatores que podem estimular a escalada de preços e os que podem exercer uma pressão para baixo na inflação são equivalentes. A mudança de postura no balanço de risco pode indicar corte da taxa no futuro, ante uma atividade econômica fraca.
Uma indicação sobre uma possível queda dos juros terá impacto nas taxas futuras e no rendimento das aplicações corrigidas pelas LTFs, ou Tesouro Selic, papéis do governo que seguem os juros diários do overnight. O mesmo ocorrerá com os papéis corrigidos pelo juro privado, o CDI. Isso afetará tanto as LFTs como os fundos DI, os CDBs, LCIs e LCAs, os CRIs e CRAs e as debêntures corrigidas pelo CDI e pela Selic. Se a indicação for de queda, as taxas futuras cairão e o rendimento dessas aplicações também. Mas, se houver um sinal de piora econômica ou dificuldade em aprovar a reforma da Previdência, que levaria a uma alta dos juros nos próximos meses, as taxas futuras podem subir e beneficiar essas aplicações.
Já uma indicação de queda dos juros beneficiaria as aplicações prefixadas, como as LTN do Tesouro Direto, também chamadas de Tesouro Pré. Fundos renda fixa tradicionais também se beneficiam.
Juros baixos mantêm a caderneta de poupança competitiva em relação aos fundos de investimento mais conservadores, os fundos DI. Com os juros atuais, de 6,5% ao ano, fundos DI que cobrem mais de 1% ao ano de taxa de admnistração perderão da poupança depois do desconto do imposto de renda, segundo estudo de Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.
A bolsa também deverá se beneficiar da manutenção dos juros no nível atual, e pode até subir mais caso haja indicação de espaço para queda futura das taxas.
Já as aplicações mais longas em renda fixa, como NTN-B, tendem a sofrer menos impacto do Copom. Esses papéis estão mais sujeitos aos impactos de medidas de longo prazo, como a reforma da Previdência.
Por Arena do Pavini - Com contribuição de Investing.com Brasil