Washington, 7 jun (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed,
banco central americano), Ben Bernanke, disse hoje que a Europa pode
ter que elevar o tamanho do fundo de estabilização criado para
impedir que a crise grega chegue a outros países.
A União Europeia (UE) estabeleceu um mecanismo para mobilizar 500
bilhões de euros (US$ 600 bilhões), uma quantidade que "cobre as
obrigações de Grécia, Portugal e Espanha por um determinado número
de anos", apontou Bernanke em entrevista concedida em um fórum
público.
"Talvez mais dinheiro europeu seja necessário", acrescentou o
presidente do Fed, ao apontar que a queda das bolsas é um reflexo da
"incerteza" em torno da iniciativa.
"Os investidores não estão completamente convencidos de que o
problema foi resolvido", acrescentou Bernanke.
Os ministros de Finanças da zona do euro aprovaram hoje os
detalhes de um instrumento financeiro por meio do qual os Estados
darão avais aos empréstimos de outros países europeus com problemas
para pagar sua dívida.
Com isso, pretendem captar nos mercados um máximo de 440 bilhões
de euros (US$ 526,2 bilhões), aos quais serão acrescentados 60
bilhões de euro (US$ 72 bilhões) de um mecanismo de créditos com o
qual já conta a Comissão Europeia (órgão executivo da UE).
Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) se comprometeu
a fornecer empréstimos pela metade do valor dado pelos países
europeus. Com isso, poria sobre a mesa 250 bilhões de euros (US$ 299
bilhões) no caso do uso de todo o fundo de estabilização.
Bernanke disse que a UE está decidida a evitar a quebra da Grécia
apesar do pequeno tamanho de sua economia pelo perigo da moratória
da dívida em outros países "da periferia" do continente.
"Os líderes da Europa estão comprometidos a fazer tudo o que seja
necessário para preservar o euro, a zona do euro e o projeto
europeu", disse Bernanke, que falou a políticos e diplomatas de
Washington durante um jantar organizado pelo centro Woodrow Wilson.
EFE