LONDRES (Reuters) - A AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) publicará resultados atualizados de seu teste de vacina contra Covid-19 mais recente dentro de 48 horas, depois que autoridades de saúde dos Estados Unidos disseram que a análise da farmacêutica sobre a eficácia da vacina pode não ter se baseado em todos os dados disponíveis.
A refutação pública rara marca o contratempo mais recente da vacina que chegou a ser saudada como um marco da luta contra a pandemia de Covid-19, mas desde então está sendo assolada por dúvidas sobre sua eficácia e possíveis efeitos colaterais.
A AstraZeneca disse que resultados que publicou na segunda-feira atribuindo à vacina um índice de eficácia de 79% se basearam em uma análise de dados provisórios coletados até 17 de fevereiro e que agora se "engajará imediatamente" com o comitê que monitora o teste para compartilhar sua análise completa.
A farmacêutica anglo-sueca informou nesta terça-feira que revisou a avaliação preliminar de sua análise total, ou principal, e que descobriu que ela é condizente com o relatório provisório.
Suas ações caíram 1,8% no pregão de Londres.
Também na segunda-feira, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (Niaid) disse que o comitê encarregado de garantir a precisão do teste expressou o receio de que a empresa possa ter transmitido uma visão incompleta da eficácia da vacina.
Anthony Fauci, o diretor do Niaid, disse que a questão toda foi um erro involuntário muito infeliz.
"Esta muito provavelmente é uma vacina muito boa, e este tipo de coisa não... faz nada além de criar alguma dúvida sobre as vacinas, e pode contribuir para a desconfiança", disse ele no programa "Good Morning America" da rede ABC News.
"Os dados são bastante bons, mas quando eles os colocaram no informe à imprensa não estava completamente precisos", disse.
Além de se mostrar 79% eficaz na prevenção de doença sintomática no teste que aconteceu nos EUA, no Chile e no Peru, os dados também mostraram que a vacina foi 100% eficaz contra formas graves da doença e hospitalizações e não apresentou um risco adicional de coágulos sanguíneos.
A confiança na vacina sofreu um revés neste mês quando mais de uma dúzia de países, a maioria da Europa, suspendeu temporariamente seu uso depois que relatos a ligaram a um problema de coágulo sanguíneo raro em um número muito pequeno de pessoas.
(Por Miyoung Kim em Cingapura; reportagem adicional de Shubham Kalia em Bengaluru, Ludwig Burger em Frankfurt e Kate Kelland em Londres)