Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Autoridades públicas de Minas Gerais e Vale (SA:VALE3) vão prorrogar por 15 dias negociações em busca de um acordo global para reparação dos danos socioeconômicos coletivos causados pelo rompimento de barragem na cidade de Brumadinho, informou a companhia em nota.
As conversas, que estão sendo mediadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), visam encerrar processo judicial e dar celeridade na reparação pelo desastre.
O governo de Minas Gerais explicou, também em nota, que a prorrogação ocorreu após a companhia apresentar uma nova proposta, sem entrar em detalhes.
Na semana passada, o governo de Minas havia dado um último prazo, de até esta sexta-feira, para que a Vale apresentasse uma nova proposta, mas informou na ocasião que nenhuma outra reunião de mediação seria realizada. [nL1N2JW2LU]
O ultimato apresentado ocorreu após um impasse entre as partes, que não conseguiram chegar a um valor financeiro.
"As instituições que representam o Poder Público avaliam que há perspectiva de evolução nas negociações. Por isso, elas serão estendidas", disse o governo, na nota desta sexta-feira.
O colapso de barragem em Brumadinho ocorreu em 25 de janeiro de 2019, liberando uma onda de rejeitos de mineração que deixou 270 mortos, ao atingir refeitório e instalações da Vale na hora do almoço, além de cidade, rios e floresta.
"A Vale considera fundamental reparar os danos causados de maneira justa e o consenso sobre o processo reparatório com os órgãos públicos, legítimos representantes do povo mineiro, é um importante passo para dar celeridade às ações", disse a mineradora na nota.
A companhia informou ainda que também foi definido que o pagamento emergencial, que se encerraria no próximo dia 31, foi prorrogado até 28 de fevereiro.
Tanto o pedido de prorrogação das negociações, como do auxílio emergencial, feitos pela Vale, foram aprovados nesta sexta-feira pelo presidente do TJMG, desembargador Gilson Soares Lemes.
Na semana passada, a Reuters publicou que o acordo não saiu por uma diferença de 11 bilhões de reais entre o que o governo de Minas Gerais aceitava receber e o que a Vale gostaria de pagar, segundo fonte próxima às negociações.
As autoridades haviam aceitado reduzir o valor a ser pago pela Vale para 40 bilhões de reais, ante 54 bilhões pedidos previamente, disse a fonte, que falou na condição de anonimato. A Vale, por sua vez, ofereceu 29 bilhões de reais, disse a pessoa, o que levou ao fracasso na ocasião na busca por um acerto.
(Por Marta Nogueira)