Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O setor de aviação no Brasil ainda tem espaço para reduzir oferta de assentos, já que a taxa de ocupação dos voos ainda não alcançou um nível ideal, afirmou nesta terça-feira o presidente da Avianca Brasil, Frederico Pedreira.
"Não sei se vamos continuar vendo esse ajuste na oferta... mas enquanto o mercado não tiver uma ocupação média de 81, 82 por cento, até um pouco mais, vai haver espaço para esse ajuste", afirmou o executivo à Reuters, após anúncio da empresa sobre novas rotas internacionais.
De acordo com dados da Abear, a taxa de ocupação dos voos domésticos estava em 79,23 por cento em fevereiro. Na Avianca, a taxa média de ocupação em 2016 foi de 84 por cento. [nL2N1GY0U9]
A recessão da economia brasileira enfraqueceu a demanda por voos no país, levando muitas companhias aéreas a reduzir oferta, a fim de atenuar a pressão na rentabilidade de suas operações.
Pedreira avalia que o setor ainda passa por um período difícil, mas talvez tenha atingido o piso. Ele disse não ver ainda sinais de grande melhora neste momento, mas não descarta uma pequena retomada no segundo semestre do ano se a economia brasileira crescer ao redor de 1 por cento.
"Não vai ser uma maravilha...mas acreditamos que pode ser melhor que o ano passado", afirmou.
A Avianca Brasil anunciou nesta terça-feira que passará a realizar voos diretos de São Paulo para Miami e Santiago, dando início à sua expansão internacional a partir do país. [nL2N1HC0TD]
Durante o anúncio, Pedreira disse que até o fim do ano a empresa disponibilizará um terceiro destino internacional, que ainda está em análise. À Reuters, ele apenas adiantou que será no continente americano. "Nosso foco inicial vai ser Américas."
Por ora, a empresa não tem sob o foco voos para destinos regionais no Brasil, embora não descarte uma investida nesta área se houver oportunidades.
A Avianca Brasil, contudo, está ampliando sua operação em Foz do Iguaçu (PR), que deve passar para três voos no começo de maio, bem como passará a operar em Navegantes (SC), após a saída da companhia de Passo Fundo (RS) por questão de infraestrutura.
FUSÃO
O presidente do conselho de administração da Avianca Brasil, José Efromovich, afirmou que segue em andamento o processo visando a fusão da companhia com a Avianca Holdings, sediada na Colômbia.
Segundo ele, o grupo de trabalho das duas empresas criado em janeiro tem a missão de apresentar projeto para os conselhos de administração das duas companhias no menor prazo possível.
"Uma vez aprovado nos dois conselhos partimos para a fusão efetivamente", disse Efromovich. "Não faz mais sentido as duas empresas não operarem juntas."