Investing.com - Os futuros de petróleo bruto apresentaram forte queda na sexta-feira, superando o pior desempenho mensal desde a crise financeira mundial de 2008, uma vez que preocupações persistentes com um excesso nas reservas dos mercados mundiais fizeram os preços da commodity cair.
Na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em setembro atingiram uma baixa da sessão de US$ 51,63 por barril, um nível não visto desde 30 de janeiro, antes de ficarem em US$ 52,21, caindo US$ 1,10, ou 2,06% no dia.
Na semana, os futuros do Brent negociados em Londres perderam US$ 2,24 ou 4,41%, o quinto declínio semanal consecutivo. Os preços caíram US$ 11,39, ou 18,6%, em julho, em meio a preocupações de que uma retomada das exportações de petróleo no Irã vai se somar ao excesso mundial da commodity.
O Irã e as seis potências mundiais fecharam em julho um acordo nuclear já há muito aguardado que encerrou as sanções ao Teerã em troca de contenções no disputado programa nuclear do país. O Irã acumula supostamente 30 milhões de barris de petróleo em suas reservas já prontos para exportação.
Os relatórios de nível alto de exportações de petróleo do Irã e produção robusta da Arábia Saudita também contribuíram para as perdas da commodity.
A produção mundial de petróleo está ultrapassando a demanda após um boom na produção norte-americana de óleo de xisto e após uma decisão da OPEP no ano passado de não reduzir a produção.
Os futuros norte-americanos de petróleo atingiram na sexta-feira o nível mais baixo, após dados terem mostrado que o número de sondas de perfuração nos EUA subiu na semana passada, apoiando as preocupações com uma produção doméstica robusta.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os futuros de petróleo com vencimento em setembro atingiram uma baixa intradiária de US$ 46,70 por barril, um nível não visto desde 24 de março, antes de ficar em US$ 47,12, caindo US$ 1,40 ou 2,89%.
Na semana, os futuros de petróleo negociados em Nova York recuaram 88 centavos, ou 2,12%, a sétima perda semanal consecutiva. Os preços do petróleo da Nymex caíram US$ 12,22, ou 21,24%, em julho, a maior perda mensal desde outubro de 2008, uma vez que as preocupações com uma alta produção norte-americana de petróleo pesaram.
O grupo de pesquisas Baker Hughes (NYSE:BHI) disse na sexta-feira que a quantidade de sondas de perfuração nos EUA aumentou em 5 na semana passada, para 664, o segundo aumento semanal consecutivo.
Enquanto isso, o spread entre os contratos Brent e de petróleo WTI ficou em US$ 5,09 por barril no fechamento das negociações de sexta-feira, em comparação com US$ 6,48 na semana anterior.
As preocupações com a saúde da economia da China, um dólar norte-americano amplamente mais forte e perspectivas de aumentos na taxa de juros nos EUA este ano também pesaram.
Nesta semana, os investidores estarão focando no relatório de sexta-feira do indicador NFP (nonfarm payrolls) dos EUA em busca de novas indicações sobre a força da economia e sobre quando haverá um aumento na taxa de juros dos EUA.
Os participantes do mercado também estarão aguardando relatórios sobre o setor de serviços e de manufatura nos EUA, Reino Unido e China.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 3 de agosto
A China deve divulgar dados revistos sobre a atividade manufatureira.
O Reino Unido deve publicar seu índice de manufatura.
Os EUA devem divulgar dados sobre a renda e gastos pessoais, ao passo que o Institute of Supply Management (ISM) deve divulgar dados sobre a atividade manufatureira.
Terça-feira, 4 de agosto
Os EUA devem divulgar dados sobre os pedidos às fábricas, ao passo que o American Petroleum Institute, um grupo do setor, deve publicar seu relatório semanal sobre as reservas de petróleo.
Quarta-feira, 5 de agosto
Os EUA devem divulgar o relatório ADP sobre a contratação no setor privado, ao passo que o ISM deve divulgar dados sobre a atividade do setor de serviços.
O país também deve produzir dados sobre a balança comercial e sobre os estoques de petróleo bruto.
Quinta-feira, 6 de agosto
A Alemanha deve divulgar dados sobre os pedidos às fábricas.
Os EUA devem publicar o relatório semanal do governo sobre os pedidos novos de seguro desemprego.
Sexta-feira, 7 de agosto
Os EUA devem resumir a semana com dados do governo atentamente observados sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls).