Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Azul (SA:AZUL4) teve lucro líquido de 204 milhões de reais no terceiro trimestre, quase 22 vezes superior ao resultado positivo de 9,4 milhões de reais em igual período do ano passado, apoiada em um crescimento de 15 por cento na receita e uma redução de quase 30 por cento nas despesas financeiras.
A companhia aérea também apurou lucro operacional (Ebit) de 249,3 milhões de reais de julho a setembro, alta de 50,1 por cento ano a ano, com a margem Ebit subindo a 12,5 por cento, ante 9,6 por cento no terceiro trimestre de 2016.
Às 12:23, as ações da Azul, que estrearam na bolsa paulista em 11 de abril deste ano, subiam 2,0 por cento, cotadas a 27,54 reais, enquanto o Ibovespa recuava 0,86 por cento.
No balanço divulgado nesta quinta-feira, a empresa informou que espera introduzir 3 aeronaves de nova geração A320neos durante o quarto trimestre, totalizando 11 ao fim do ano, o que deve permitir um aumento de 11 a 13 por cento na oferta medida por assentos-quilômetro (ASK) em 2017.
Com o maior número de assentos, o indicador de custo CASK, sem considerar gastos com combustível, deve cair 3,5 a 5,5 por cento neste ano. A Azul ainda projeta para 2017 uma margem operacional de 9 a 11 por cento, e aumento de 1 a 2 por cento nas decolagens.
No acumulado até setembro, a companhia apresentava margem operacional de 10 por cento, crescimento de 0,7 por cento nas decolagens, alta de 10,8 por cento na oferta de assentos e queda de 5,2 por cento nos custos, excluindo combustíveis.
A adição de aeronaves maiores à frota ajudou a Azul a atingir uma receita líquida trimestral de quase 2 bilhões de reais no terceiro trimestre, 15 por cento maior que a do mesmo intervalo de 2016.
Os custos operacionais da empresa cresceram 11,3 por cento na mesma comparação, para 1,749 bilhão de reais. Mas as despesas financeiras recuaram 29,6 por cento ano a ano, para 141,2 milhões de reais, refletindo a redução no custo da dívida em decorrência de juros básicos menores e a quitação de empréstimos mais caros.
Consequentemente, o resultado financeiro líquido da Azul veio negativo em 69,4 milhões de reais no terceiro trimestre, ante desempenho negativo de 188,9 milhões de reais no terceiro trimestre de 2016.
A companhia encerrou o mês de setembro com 1,457 bilhão de reais em caixa e equivalentes de caixa, mais que o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. E também reduziu a dívida líquida para 639,7 milhões de reais, amortizando 677 milhões de reais em dívidas durante o terceiro trimestre.
Com isso, a alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) caiu para 3,9 vezes, de 4,5 vezes em junho deste ano.