Money Times - O Goldman Sachs iniciou a análise das ações das companhias aéreas da América Latina, incluindo a Azul (SA:AZUL4) e Gol (SA:GOLL4), revela um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (16) e obtido pelo Money Times. Bruno Amorim e Julia Guanaes assinam a avaliação.
O banco lembra que o mercado doméstico brasileiro disparou entre 2003 e 2014, quando cresceu 231% – para 91 milhões de passageiros em 2017 – com a apreciação da moeda brasileira e a entrada da Gol no mercado com uma estrutura de custo mais leve e que estimulou a demanda ao cobrar menos do que os líderes do mercado naquele momento.
“Desde então, a demanda no mercado doméstico brasileiro caiu levemente em um CAGR (taxa anual de crescimento composta) de 2014-17 de -2%. Atribuímos esse fraco desempenho nos últimos anos principalmente ao ambiente macroeconômico desafiador, com crescimento econômico mais lento e depreciação cambial”, explicam os analistas.
Azul
O banco iniciou a avaliação da Azul com a recomendação de compra devido ao preço atraente na Bolsa, apesar da ressalva de que a companhia é mais sensível ao cenário macroeconômico brasileiro. O país representa 90% das receitas. O preço-alvo é de R$ 33,40.
Os analistas ressaltam ainda a menor dependência da disciplina de mercado devido à baixa sobreposição das rotas com os concorrentes, além de opcionalidades que podem trazer um potencial adicional de valorização, como a implementação de novos aviões A320 e uma parceria com os Correios.
Gol
A Gol, por sua vez, recebeu a recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 11,70. O banco aponta que a empresa tem um alto grau de sobreposição com os concorrentes (principalmente a Latam), o que a torna dependente do comportamento de outros quando se trata de disciplina de alocação de capacidade.
“Portanto, no caso de uma deterioração do cenário macro, acreditamos que a Gol é mais vulnerável que a brasileira Azul. No entanto, notamos que nos últimos anos a Latam tem sido racional (redução de capacidade), o que nos faz acreditar que ambas as companhias aéreas poderão aumentar os preços em 2019, o que deve implicar margens ligeiramente maiores para a Gol, apesar do ambiente macroeconômico desafiador”, destacam Amorim e Guanaes.
Por Money Times