LISBOA, 13 Jul (Reuters) - O Banco de Portugal acelerou mudanças de gestão no Banco Espírito Santo no domingo, em mais um sinal de que os reguladores querem que o banco seja afastado dos problemas financeiros da família fundadora do banco.
O Banco de Portugal disse em um comunicado que havia ordenado o BES, o maior banco listado de Portugal em ativos, a realizar uma reunião de seu conselho consultivo para colocar imediatamente em atividade novos executivos que originalmente deveriam assumir no final de julho.
O BES foi atingido nas últimas semanas por temores de que uma "condição financeira grave" em uma das holdings de sua família fundadora - a Espirito Santo International - poderiam minar sua base de capital.
O banco disse que tem capital suficiente para atender todas as insuficiências de capital potenciais resultantes da sua exposição a empresas da família Espírito Santo.
O Banco de Portugal disse que queria que as mudanças de gestão ocorressem "na sequência das renúncias apresentadas por membros do conselho de gestão do BES".
O patriarca da família Espírito Santo, Ricardo Espírito Santo Salgado, anunciou sua renúncia como presidente-executivo do BES no mês passado. Mas sua partida, juntamente com outros membros da família a bordo do banco, só deveria entrar em vigor depois de uma reunião de acionistas do banco em 31 de julho.
O chefe da unidade de banco de investimento do BES, José Maria Ricciardi, disse no domingo que a mudança na gestão do BES era necessária o mais breve possível.
"Eu acho que é indispensável para a confiança dos clientes, funcionários e do público em geral que a comissão executiva do BES seja substituída o mais rápido possível pela nova equipe que é apoiado pelos principais acionistas e pelo Banco de Portugal", disse ele em um comunicado enviado à Reuters.
"Esta decisão é parte da posição que tomei há mais de um ano, de denunciar práticas internamente e para os reguladores com o objetivo de mudar a governança no BES e no Grupo Espírito Santo", disse ele.
A família Espírito Santo nomeou o respeitado economista Vitor Bento para ser o novo presidente-executivo do banco e João de Almada Moreira Rato, que lidera agência de dívida de Portugal IGCP, para ser o diretor financeiro.
(Reportagem de Axel Bugge)