SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Safra assinou nesta quarta-feira acordo com Ministério Público de São Paulo pelo qual pagará 10 milhões de dólares para evitar uma ação por ter recebido dinheiro desviado de obras públicas durante a gestão do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf.
O valor pago será destinado para a prefeitura de São Paulo, informou o Ministério Público, por telefone.
Estima-se que por meio do Safra em Nova York tenham passado mais de 100 milhões de dólares de valores desviados de obras públicas. O banco não é acusado de crime até agora. O valor acertado deve-se a pagamento de indenização por dano moral coletivo.
Maluf, hoje deputado federal (PP-SP), foi condenado em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à perda do mandato do parlamentar e multa de mais de 1,3 milhão de reais por lavagem de dinheiro. A pena dele foi fixada em 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado. Ele recorre da decisão em liberdade.
O Safra afirmou em comunicado que o pagamento será na forma de doação de caridade destinada às escolas públicas e creches da cidade. "A cidade e o banco foram enganados pelo esquema investigado", disse o Safra, acrescentando que nunca houve uma conta no banco com o nome de Maluf e que o banco "nunca foi parte em nenhum processo legal envolvendo qualquer investigação do tipo no Brasil ou nos Estados Unidos".
A prefeitura de São Paulo não comentou o assunto.
(Por Aluísio Alves)