Londres, 19 dez (EFE).- O banco suíço UBS pagará uma sanção de mais de US$ 1,5 bilhão aos reguladores financeiros dos Estados Unidos, Reino Unido e Suíça por manipular a taxa de juros interbancária Libor, confirmou nesta segunda-feira a Autoridade britânica de Serviços Financeiros (FSA).
Do total da multa, cerca de US$ 1,2 bilhão irá para o departamento de Justiça e para a Comissão de comércio de futuros de matérias-primas dos EUA; 160 milhões de libras (US$ 260 milhões) para FSA e 59 milhões de francos suíços (US$ 64 milhões) para o supervisor bancário suíço FINMA.
O UBS é o segundo banco multado por manipular o Libor - fixado diariamente em Londres e é referência para as transações financeiras no mundo todo - para seu próprio benefício, depois que do britânico Barclays, em junho.
Em comunicado distribuído em Londres, o banco indica que combinou com os reguladores abonar essa soma em troca de escavar a investigação, com a qual assegura que colaborou.
A instituição aponta ainda que, como parte do trato com o departamento de Justiça americana, o UBS Securities Japan Co.Ltd. aceitou se declarar culpado de fraude em relação à manipulação do Libor em ienes.
O UBS admite que o pagamento aos reguladores pode lhe causar perdas no quarto trimestre deste ano.
As autoridades acusam o banco de que alguns de seus agentes das bolsas de valores manipularam os cálculos que apresentavam para fixar o Libor, a fim de obter lucro, e alguns deles se aliaram a outros em outras entidades para influir na taxa interbancária.
Segundo os reguladores, tentaram manipular a taxa bem para obter lucro ou bem para projetar uma imagem de fortaleza financeira durante a crise creditícia de 2008.
O Libor se fixa diariamente em Londres em várias divisas com as contribuições de 20 entidades financeiras que estimam a que taxas de juros podem tomar emprestado dinheiro no mercado interbancário.
A manipulação da taxa, que serve de referência para os juros de cartões de crédito e de hipotecas, entre outras questões, levou o governo britânico a ordenar uma reforma do procedimento pelo que se fixa e a introduzir punições para os infratores.
Vários bancos do mundo são investigados pelo mesmo motivo, que motivou também a criação de novas regras por parte da União Europeia.
O UBS, com sede em Zurique e que emprega cerca de 6.500 pessoas em Londres, foi notícia também pela prisão de um de seus agentes na capital britânica, Kweku Adoboli, por operações não autorizadas que provocaram perdas de 1,8 bilhão de euros à entidade.
O banco, por sua vez, foi multado com 29,7 milhões de libras (uns 36,8 milhões de euro) pelas decisões judiciais de supervisão que levaram à fraude. EFE