O Barclays (LON:BARC) divulgou um relatório sobre o mercado de veículos elétricos em março, quando a penetração desses automóveis alcançou 14%, uma ação na comparação mensal e anual, mas abaixo do elevado nível registrado no 4º tri de 2022.
Os analistas do banco acreditam que abril pode registrar um leve recuo na adoção, em linha com os padrões típicos do primeiro mês do trimestre. A Tesla (NASDAQ:TSLA), no entanto, teve uma participação impressionante em março, beneficiando-se de cortes de preços e de um aumento do foco em EVs de baixo custo produzidos na China.
A China mais uma vez teve a maior taxa de penetração de VEs entre as principais regiões globais (30% em março), mas ficou estável mês a mês (m/m). Já a Europa melhorou os índices mundiais m/m, onde a penetração de VEs aumentu +225 pontos-base (pb) m/m para 19%. A penetração nos EUA acabou compensando os dados, com uma queda de 120 pb m/m, para 7,8%.
Os analistas do Barclays escreveram em nota: "A queda mensal nos EUA é um tanto surpreendente para nós, dadas as dinâmicas favoráveis do Crédito de Veículos Limpos nos EUA durante o 1T, que reabriram o crédito total de US$ 7.500 para diversos veículos e, muito provavelmente, criaram uma sensação de urgência para alguns consumidores, dado que orientações mais restritivas para os créditos entrariam em vigor em abril. No entanto, notamos que os volumes/penetração de VEs dos EUA no 1T podem ter sido em certo grau prejudicados pela produção limitada de VEs da Ford (NYSE:F) e GM (NYSE:GM), bem como pela recuperação das vendas de modelos com motores à combustão interna”.
A Tesla teve uma participação global de cerca de 25% em veículos elétricos à bateria (VEB) em março, um aumento significativo em relação à faixa de 18 a 21% que havia visto nos últimos meses. Embora a ‘onda de entregas’ típica do final do trimestre tenha ajudado, notamos que a participação de 25% em março está acima dos dois últimos resultados de participação da Tesla nos últimos meses do trimestre em dezembro e setembro de 2022, que viram respectivamente uma participação global de BEV de 18% e 23%.
"Embora consideremos que as preocupações em relação às margens da Tesla com os cortes de preços sejam totalmente justificáveis", escrevem os analistas, "tudo indica que esses descontos estão se traduzindo em maior participação de mercado de VEBs, especialmente em regiões onde a concorrência está aumentando. No entanto, como ficou evidente durante a teleconferência de resultados do 1º tri, os esforços de corte de preços da Tesla não têm necessariamente a intenção de tomar vendas de outras fabricantes de VEs, mas, sim, de converter os volumes de produção maiores em vendas. Assim, consideramos que esses esforços de cortes de preços da Tesla são, na verdade, uma estratégia para competir contra veículos híbridos/à combustão, do que contra outros VEs propriamente ditos".
As ações da TSLA operavam em queda na tarde desta terça-feira.