SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (SA:BBAS3) está cortando taxas cobradas nas novas concessões de algumas linhas de crédito, como o cheque especial e o capital de giro, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo, Paulo Caffarelli.
"A demanda está crescendo e a concorrência entre os bancos, também", afirmou Caffarelli a jornalistas após evento em São Paulo.
O Banco Central decidiu na quarta-feira manter a taxa básica de juros em 6,50 por cento ao ano, justificando que o cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade, apesar de reconhecer que a atividade econômica do país perdeu força e o comportamento da inflação continua favorável.
Segundo Caffarelli, o ritmo de recuperação da economia brasileira está sendo menor do que o que se esperava, mas ele manteve expectativa de alta de cerca de 2,5 por cento do PIB em 2018, o que terá reflexos na expansão do crédito.
Na véspera, o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) também anunciou corte nas taxas do cheque especial e no crédito pessoal.
A movimentação dos bancos ocorre após o BC, horas antes do anúncio da Selic, ter informado que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de indicador antecedente do PIB, recuou 0,74 por cento em março ante fevereiro, resultado bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de queda de 0,10 por cento. Com isso, o indicador mostrou contração de 0,13 por cento no primeiro trimestre.
O BB havia anunciado na semana passada que, diferente do que planeja para 2018, sua carteira de crédito no fim de março, tinha caído 1,9 por cento em 12 meses. A carteira orgânica interna, base da previsão do BB, caiu 1,3 por cento, ante previsão de alta de 1 a 4 por cento em 2018. Mas o banco manteve a previsão de alta para o ano.
(Por Aluísio Alves)