SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) reportou nesta quinta-feira lucro líquido ajustado de 9,44 bilhões de reais no quarto trimestre de 2023, alta de 4,8% frente ao mesmo período do ano anterior, em resultado marcado por aumento nas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) para 9,983 bilhões de reais.
O resultado ficou acima das previsões compiladas pela LSEG, que apontavam lucro líquido de 9,12 bilhões de reais.
A carteira de crédito ampliada do banco de controle estatal alcançou 1,11 trilhão de reais no final de dezembro, um aumento de 10,3% frente ao final de 2022, com o índice de inadimplência de mais de 90 dias ficando em 2,9%, de 2,5% um ano antes e de 2,8% no terceiro trimestre do ano passado.
A PCLD ampliada cresceu 52,8% ano a ano e 32,8% na base trimestral, com o banco afirmando que o desempenho no trimestre foi impactado "por agravamentos de risco no segmento Empresas".
A margem financeira bruta do BB somou 25,769 bilhões de reais, alta de 20,1% ano a ano, sendo que a margem com clientes aumentou 4,1%, para 20,16 bilhões e a margem com mercado saltou 168,1%, para 5,608 bilhões de reais. As receitas de prestação de serviços aumentaram 3,6%, para 8,744 bilhões de reais.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) ficou em 22,5% no período de outubro a dezembro, de 22,9% no quarto trimestre de 2022 e de 21,3% no trimestre imediatamente anterior.
GUIDANCE
O BB também divulgou projeções para 2024, com expectativa de expansão de 8% a 12% na carteira de crédito, com a PCLD ampliada estimada em 27 bilhões a 30 bilhões de reais. Em 2023, a carteira cresceu 10,5%, dentro do intervalo previsto de 9% a 13%, enquanto a PCLD ampliada de 30,5 bilhões de reais superou o teto do guidance de entre 23 bilhões e 27 bilhões de reais.
A margem financeira bruta deve crescer entre 7% e 11%, após elevação de 27,4% em 2023, acima da faixa de aumento de 22% a 26% estimada anteriormente pelo BB. Para as receitas de prestações de serviços, a expectativa é de crescimento de 4% a 8%, após apurar aumento de 4,6% no ano passado, perto do piso do guidance de 4% a 8%.
O banco também prevê um lucro líquido ajustado de 37 bilhões a 40 bilhões de reais, o que representa uma melhora ante o resultado líquido positivo de 35,6 bilhões de reais em 2023, dentro da previsão entre 33 bilhões e 37 bilhões de reais.
PAYOUT
O BB também aprovou remuneração complementar aos acionistas, com a distribuição de 630,167 milhões de reais em dividendos e 1,75 bilhão de reais em juros sobre capital próprio (JCP), com pagamento previsto para 29 de fevereiro.
Para 2024, o conselho de administração do banco aprovou a proposta de elevação do payout de 40% para 45%.
(Por Paula Arend Laier, com reportagem adicional de Peter Frontini)