Investing.com - O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) vê o setor de siderurgia e mineração um pouco mais desafiador, principalmente em meio as disputas comerciais entre os Estados Unidos e China, que após meses de ameaças começaram a impor tarifas sobre o comércio.
Para o BB-BI, as principais vítimas da disputa comercial entre EUA e China são os mercados em todo o mundo. Com isso, os impactos devem continuar a serem vistos nos próximos meses, dependendo de quão longe ambos os governos estão dispostos a ir.
O relatório do braço de investimentos do BB aponta que no setor de mineração, de acordo com o CuSteel de Beijing, o minério de ferro 62% fechou junho em média de US$ 61,2/t, ante US$ 62/t em maio. O spread entre o minério de ferro 62% e o 65% ficou em US$ 30/t em maio, contra uma média de US$ 23/t desde o começo do ano (US$17/t em 2017).
Os analistas apontam que esse comportamento confirma a alta demanda por produtos nobres e a força do movimento de ‘flight to quality’.
As importações chinesas da commodity em junho ficaram em 83,2 milhões de toneladas, caindo 12% a/a. Os estoques nos portos chineses tiveram leve queda no mês para 139,5 milhões de toneladas, mantendo-se acima da média de 2017 de 123 milhões de toneladas, entretanto.
O frete de Tubarão para Qingdao na China chegou a US$ 20,8/t no período, espelhando os altos preços para o combustível para navios nos últimos meses.
Cenário interno preocupa
Além do cenário externo mais desafiador, o banco vê a menor força de recuperação da economia interna como um desafio para o setor, limitando o poder do fornecedor no segundo semestre do ano.
A expectativa de alta de 10% nas vendas em maio foi derrubada com a greve do setor de cargas e as compras do mês ficaram em -3% e as vendas em -15,8%, na comparação anual. A expectativa é que os números mostrem recuperação de 15% em junho.
Os preços ainda têm margem para subir e as companhias anunciaram reajustes com o metal spread ainda a favor da economia local.