MOSCOU (Reuters) - O banco central da Rússia manteve sua principal taxa de juros em reunião nesta sexta-feira, argumentando que a inflação ainda caminha para atingir sua meta de médio prazo embora deva permanecer acima de 7 por cento neste ano.
A postura sugere que o banco está reagindo a preocupações sobre o declínio do crescimento econômico devido às sanções do Ocidente por conta da crise da Ucrânia.
A decisão mantém a taxa de juros do banco em 8 por cento, e ficou em linha com o esperado.
Em comunicado, o BC disse que a inflação neste ano deve superar os 7 por cento por causa de um "agravamento das tensões geopolíticas, da imposição de restrições comerciais externas e do impacto desses acontecimentos à dinâmica da taxa cambial do rublo".
O BC de fato abandonou sua meta oficial de inflação deste ano de 5 por cento, assim como a banda de 3,5 a 6,5 por cento permitida segundo as regras do banco, após uma proibição às importações de alimentos imposta em retaliação pelas sanções ocidentais.
Em vez disso, o BC está enfatizando sua meta de inflação de médio prazo de 4 por cento. "A atual postura de política monetária vai garantir o declínio no crescimento do preço ao consumidor para 4 por cento no médio prazo", disse o BC.
O BC também afirmou que a "atividade econômica continua fraca" e o crescimento econômico "anêmico". Ele atribuiu isso principalmente a fatores estruturais que reduzem o potencial de produção, mas também anteviu um pequeno déficit na demanda, o que pode ajudar a reduzir a inflação.
(Reportagem de Oksana Kobzeva e Lidia Kelly)