BRUXELAS (Reuters) - O Banco Central Europeu disse aos ministros das Finanças da zona do euro que o bloco pode precisar de medidas fiscais de até 1,5 trilhão de euros este ano para enfrentar a crise econômica causada pela epidemia do Covid-19, disseram autoridades à Reuters.
Um porta-voz do BCE se recusou a comentar.
Em uma reunião por videoconferência, a Comissão da UE estimou que a economia do bloco poderá encolher 10% este ano, disseram autoridades. Mas os ministros continuaram divididos sobre como impulsionar a economia e não concordaram com um texto comum.
Na conferência, que terminou nesta quarta-feira sem acordo e após 16 horas de negociações, Alemanha, Holanda e outros países do norte da Europa estavam prontos para apoiar medidas da UE no valor de 500 bilhões de euros, afirmaram autoridades que participaram da reunião.
O apoio da UE reforçaria medidas nacionais, mas o esforço fiscal geral pode não ser suficiente para atender às necessidades totais de financiamento, pontuaram as autoridades.
Na reunião, França, Itália e Espanha afirmaram que o esforço europeu para enfrentar a crise deveria ficar bem acima de 1 trilhão de euros este ano, disseram as autoridades, em linha com a estimativa do BCE sobre a necessidade de financiamentos de 1 a 1,5 trilhão de euros.
Enquanto os participantes diminuíram as discordâncias durante a longa reunião, um acordo não pôde ser alcançado principalmente devido à resistência da Holanda e da Itália, acrescentaram as autoridades.
A Itália queria um acordo mais ambicioso com referências mais claras a emissão futura de dívida comum, enquanto a Holanda pressionou por condições a qualquer linha de crédito da UE a países em necessidade.
(Reportagem de Francesco Guarascio)