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Investing.com — A Bernstein iniciou a cobertura da Telefónica SA com uma classificação "market-perform" e um preço-alvo de €4 por ação, sugerindo uma desvalorização de aproximadamente 8% em relação ao seu nível atual de negociação de €4,33.
Na nota datada de terça-feira, os analistas destacam vários desafios estruturais críticos que precisam ser abordados para que a Telefónica alcance uma recuperação sustentável em sua avaliação e desempenho financeiro.
A nota segue mudanças dentro da empresa, incluindo uma reorganização acionária provocada pela aquisição de uma participação de 9,9% na Telefónica pela Saudi telecom.
Essa movimentação levou ao aumento das participações do governo espanhol e da Criteria Caixa, reduzindo o free float da empresa.
Além disso, a Telefónica substituiu seu CEO e COO, um passo que a Bernstein considera atrasado, mas insuficiente sem uma direção estratégica clara.
No centro da análise da Bernstein estão quatro grandes fraquezas estruturais. A Telefónica é rica em ativos, mas tem enfrentado dificuldades de crescimento, particularmente em infraestrutura de fibra.
Embora lidere em cobertura de fibra, especialmente na Espanha e no Brasil, a relação capex/vendas da Telefónica permaneceu abaixo da média europeia, refletindo subinvestimento.
A ampla concorrência e a duplicação de fibra erodiram seu poder de precificação, transformando a Telefónica de formadora de preços em tomadora de preços.
Outro problema crítico são os contínuos problemas de alavancagem da empresa. Apesar de uma redução de 30% na dívida líquida desde 2019, seu EBITDA diminuiu a uma taxa similar, resultando em melhoria limitada nos indicadores de alavancagem.
O índice mais recente de dívida líquida/EBITDA da Telefónica está em 3,7x, logo abaixo do limite de 4x para o status de grau de investimento.
No entanto, essa melhoria deve-se principalmente a mudanças metodológicas, e não ao sucesso operacional.
Além disso, os relatórios financeiros da Telefónica foram distorcidos por estruturas fora do balanço, particularmente através de joint ventures em infraestrutura de fibra.
A Bernstein estima que a reconsolidação desses investimentos aumentaria o capex em aproximadamente €1 bilhão anualmente e reduziria o fluxo de caixa livre em 30%, revertendo a modesta redução da dívida líquida esperada no período 2025-2027.
A generosa política de dividendos da empresa complica ainda mais sua posição financeira. A Telefónica se comprometeu a pagar um dividendo de €0,30 por ação para 2024-2026, com rendimento de 6,9%.
A Bernstein critica a prática de inflar o fluxo de caixa livre para financiar esse dividendo, particularmente incluindo fluxos de caixa de joint ventures altamente alavancadas e excluindo custos recorrentes como pagamentos de espectro.
Ajustado para esses fatores, o fluxo de caixa livre real da Telefónica em 2024 é estimado em €230 milhões abaixo do relatado.
A Bernstein também questiona a lógica estratégica por trás da presença geográfica da Telefónica. O portfólio da empresa cresceu por meio de expansão oportunista, particularmente em mercados de baixo desempenho como Brasil e Reino Unido.
A Bernstein sugere que a Telefónica pode não ser a "proprietária natural" de muitos desses ativos e aconselha contra uma abordagem de liquidação para desinvestimentos, citando a experiência cautelar da Vodafone (LON:VOD) com estratégias semelhantes.
Em termos de avaliação, a Telefónica negocia com um prêmio de 5% em relação a seus pares com base no EV/OpFCF, refletindo riscos de mercados emergentes.
Embora a ação pareça descontada a 12,2x EV/OpFCF para as estimativas de 2025 em comparação com a média do setor de 14,9x, excluindo operações em mercados emergentes, resulta em um múltiplo de 15,3x, acima da média europeia.
Isso indica preocupações dos investidores sobre a sustentabilidade dos fluxos de caixa das regiões mais estáveis da Telefónica.
As previsões financeiras para a Telefónica incluem um LPA ajustado de €0,36 para 2024, €0,28 para 2025 e €0,30 para 2026.
O dividendo por ação deve permanecer em €0,30 durante esses anos. Os índices P/L ajustados da Bernstein são projetados em 12,0x para 2024, 15,5x para 2025 e 14,4x para 2026.
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