Por Robin Emmott e Steve Holland e Sabine Siebold
BRUXELAS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a outros líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta segunda-feira que a defesa da Europa, Turquia e Canadá é uma "obrigação sagrada" para seu país, um contraste acentuado com as ameaças de seu antecessor, Donald Trump, de retirar Washington da aliança militar.
Ao chegar a Bruxelas depois da cúpula do G7 na Inglaterra no final de semana, Biden voltou a pedir que os aliados ocidentais apoiem uma estratégia norte-americana para conter a ascensão da China e mostrem união diante da agressão russa.
"O Artigo 5º é uma obrigação sagrada", afirmou Biden, referindo-se à promessa de defesa coletiva da aliança transatlântica. "Quero que toda a Europa saiba que os Estados Unidos estão lá", disse ele.
"A Otan é criticamente importante para nós", disse Biden, que está tentando consertar relações depois de Trump passar quatro anos denegrindo a aliança e o que qualificou como membros "delinquentes".
Os aliados devem classificar a China como um risco de segurança à aliança ocidental pela primeira vez um dia depois de o G7 emitir um comunicado sobre os direitos humanos na China e Taiwan que Pequim disse ter difamado sua reputação.
Biden disse que tanto a Rússia quanto a China não estão agindo "de uma maneira que seja condizente com o que esperávamos", referindo-se aos esforços feitos pelo Ocidente desde os anos 1990 para atrair os dois países para o seio das democracias liberais.
Os líderes aliados estão preocupados com a mobilização militar crescente da Rússia perto da Ucrânia, além de seus ataques sigilosos e cibernéticos para minar países ocidentais, embora Moscou negue qualquer irregularidade. A China não é mais vista como uma parceira comercial benigna.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse a que presença militar chinesa crescente, dos Bálticos à África, obriga a Otan a estar preparada para defender a segurança e os valores democráticos do Ocidente.
"A China está se aproximando de nós. Nós os vemos no ciberespaço, nós vemos a China na África, mas também vemos a China investindo pesadamente em nossa própria infraestrutura crítica", disse ele, referindo-se a portos e redes de telecomunicação.
"Precisamos reagir juntos como uma aliança".
(Reportagem adicional de Mark John, Sarah Young e Elizabeth Piper em Londres e Kate Abnett, Gabriela Baczynska, Marine Strauss e John Chalmers em Bruxelas)