Por Jeff Mason e Patrick Wingrove e Trevor Hunnicutt
LARGO, Maryland/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos negociaram para obter descontos nos preços de dez dos medicamentos com prescrição mais usados no programa de saúde Medicare, com reduções de até 79% e que trarão uma economia de 6 bilhões de dólares no primeiro ano, como parte de um programa elogiado nesta quinta-feira pelo presidente do país, Joe Biden, e que tem como objetivo diminuir a insatisfação com os preços dos remédios antes da eleição presidencial de novembro.
A sanção de Biden em 2022 de uma lei contra a inflação permitiu que o Medicare negociasse preços para alguns dos remédios mais caros dentro do programa que atende 66 milhões de pessoas no país. Os novos valores entrarão em vigor apenas em 2026.
“Finalmente vencemos os grandes laboratórios”, afirmou Biden em evento realizado na cidade de Largo, em Maryland. Ele estava acompanhado de sua vice e candidata democrata à Presidência em novembro, Kamala Harris.
O governo espera que a redução diminua as queixas dos norte-americanos quanto aos altos preços dos remédios, um assunto que frequentemente faz parte da maior preocupação dos eleitores antes da apertada corrida presidencial entre Kamala e o candidato republicano e ex-presidente, Donald Trump.
“Minha carreira toda trabalhei para responsabilizar os maus atores e baixar o preço dos medicamentos prescritos”, disse Kamala. “O Medicare pode usar esse poder (de barganha coletiva) para encarar os grandes laboratórios e negociar preços mais baixos.”
Os novos valores representam cortes nos preços de tabela individuais e que não refletem quaisquer descontos ou abatimentos que o governo já possa estar recebendo pelos medicamentos, embora a economia calculada por Washington leve esses descontos em consideração.
O voto de minerva de Kamala no Senado aprovou a lei que permite negociações do preço dos medicamentos, algo que não foi apoiado por nenhum republicano.
Biden transformou seu discurso em um comício de campanha, dizendo que Kamala seria uma “ótima presidente” e criticando republicanos por não apoiarem o direito do Medicare de negociar os valores dos remédios.
O governo afirmou que as pessoas cobertas pelo Medicare, que atende em sua maioria norte-americanos acima dos 65 anos, economizarão 1,5 bilhão de dólares em custos ao consumidor para medicamentos prescritos em 2026.
Os laboratórios foram contra os descontos que, segundo eles, não necessariamente reduzirão os custos diretos aos pacientes e podem prejudicar o desenvolvimento de novos tratamentos inovadores.