Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC) alcançou 11,2 bilhões de reais em financiamentos concedidos, afirmou nesta quarta-feira o superintendente do BNDES para saneamento, transportes e logística, Leonardo Pereira.
O banco é o operador do PEAC, sancionado nesta quarta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro. O programa começou a funcionar via medida provisória no fim de junho com objetivo de conceder garantias que contribuam para normalizar o funcionamento do mercado de crédito voltado a pequenas e médias empresas.
Ao menos 35 instituições financeiras estão habilitadas para conceder créditos de entre 5 mil e 10 milhões de reais com garantias do PEAC, entre elas bancos, cooperativas de crédito, bancos de desenvolvimento e bancos de montadoras. O programa tem como diferencial a capitalização do FGI, o Fundo Garantidor para Investimentos.
A taxa de juros cobrada pelo agente financeiro não poderá ultrapassar 6% ao ano e o empréstimo terá carência de seis meses e prazo de 36 meses para pagamento.
O primeiro aporte do Tesouro no FGI somou 5 bilhões de reais, podendo chegar ao todo até 20 bilhões no PEAC. Segundo o BNDES, o capital comprometido até agora foi de 2,35 bilhões de reais que resultou em um crédito concedido de 11,2 bi de reais, uma alavancagem de 4,7 vezes.
"Se a gente conseguir 50 bilhões a 60 bilhões de reais de crédito concedido, esperamos até 300 mil empresas beneficiadas", disse Pereira durante evento da Associação Comercial do Rio de Janeiro transmitido pela internet.
O PEAC tem vigência até 31 de dezembro, mas Pereira não descarta a possibilidade do mecanismo ser estendido até 2021. "Têm sido dados sinais pelo governo, pelo Congresso, que as medidas sendo efetivas e tendo a necessidade isso pode ser estendido. Internamente no banco temos um plano de estudar um FGI 4.0 que incorpore inovações do PEAC", afirmou.