Por Sophie Yu e Lisa Barrington
(Reuters) - A primeira entrega direta de um 787 Dreamliner da Boeing para a China desde 2019 aterrissou em Xangai nesta sexta-feira, em um passo que pode acelerar o fim do congelamento do país asiático nas entregas do lucrativo 737 MAX após mais de quatro anos.
A companhia aérea privada chinesa Juneyao Airlines recebeu na quinta-feira a entrega da aeronave 787-9, que, segundo a Boeing (NYSE:BA), partiu para a China do Everett Paine Field, no Estado de Washington.
O voo aterrissou em Xangai por volta das 16h20, no horário local, informou a companhia aérea.
A China suspendeu a maioria dos pedidos e entregas de aviões da Boeing em 2019, depois que o 737 MAX foi suspenso em todo o mundo após dois acidentes fatais.
O reinício das entregas do MAX representaria uma reformulação do relacionamento da Boeing com a China e criaria uma oportunidade para a empresa descarregar dezenas de aviões em seu estoque, abrindo caminho para um avanço maior nas entregas e pedidos.
A empresa espera que a China seja responsável por 20% da demanda mundial de aeronaves até 2042.
A Boeing entregou pela última vez um avião Dreamliner alugado a um cliente chinês em 2021, mas nenhum 787 foi entregue diretamente às companhias aéreas chinesas desde novembro de 2019.
Os analistas previram a retomada das entregas do Dreamliner para a China depois que a consultoria AAP/AIR relatou neste mês atividades de voo preparatórias para um 787 designado para a Juneyao Airlines, registrado como B-20EQ.
Doze dos 60 aviões 787s não entregues no estoque da Boeing são destinados a operadoras chinesas, disseram os analistas da Jefferies.
Os negócios da Boeing com as companhias aéreas chinesas podem ser afetados pelos laços políticos entre Washington e Pequim, que têm melhorado recentemente.
Na quarta-feira, o veículo The Air Current disse que a Boeing havia obtido neste mês uma autorização importante da Administração de Aviação Civil da China (CAAC), permitindo que a fabricante de aviões preparasse as aeronaves MAX para entrega.
A Boeing disse à Reuters que está pronta para entregar aos clientes "quando esse momento chegar".