As bolsas de Nova York fecharam em queda, pressionadas pelos dados de inflação ao produtor (PPI) dos Estados Unidos, que mostraram aceleração acima do esperado, corroborando com a ideia de que o Federal Reserve (Fed) terá de seguir elevando juros e os manterá em patamares elevados mais do que o previsto anteriormente. Dirigentes do BC americano também contribuíram para o clima de cautela, já que fazem o coro de que as taxas devem subir acima de 5%, além de sinalizarem a possibilidade de alta de 50 pontos-base em março.
O índice Dow Jones encerrou a sessão em queda de 1,26%, a 33.696,85 pontos; o S&P 500 caiu 1,38%, a 4.090,41 pontos; e o Nasdaq recuou 1,78%, a 11.855,83 pontos.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, o PPI subiu 0,7% em janeiro ante dezembro, superando a expectativa de alta de 0,4%. Já o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6% na comparação mensal, também acima do consenso do mercado, de alta de 0,3%. Segundo o analista da Oanda Edward Moya, essa semana "despertou" investidores para o cenário real o processo de desinflação. "A maior parte dos dados sugerem que a economia ainda está mais forte do que Wall Street estava esperando", avalia. Para a Oxford Economics, o PPI de hoje é uma notícia indesejável para o Fed e reforça a visão de que é necessário mais aperto nas políticas para domar a inflação.
A presidente da distrital do BC americano em Cleveland, Loretta Mester, afirmou hoje que ainda não está decidido a aumentar as taxas em 25 pontos-base nas próximas reuniões de política monetária. "Nem sempre será 25 pontos-base", destacou. Além disso, ela disse que, na reunião de fevereiro, havia argumento forte suficiente para subir juros em 50 pontos-base. Já James Bullard, da distrital de St. Louis, comentou que não descarta apoiar um aumento de 50 pontos-base em março e defendeu subir os juros básicos americanos para 5,375% o mais rápido possível.
Entre as ações de destaque no pregão desta quinta ,16, a Tesla (NASDAQ:TSLA) caiu 5,69%, após anunciar o recall de 362,7 mil veículos por problemas no software de direção autônoma.