Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista encerrou o pregão volátil desta terça-feira com seu principal índice em território positivo, em meio à cautela com o cenário político, após o Senado aprovar em segundo turno a medida que limita o crescimento dos gastos públicos por um placar inferior ao da votação anterior.
O Ibovespa subiu 0,17 por cento, a 59.280 pontos. No melhor momento do pregão, o índice avançou 1,3 por cento, aproximando-se dos 60 mil pontos, e recuou 0,7 por cento na mínima do dia. O giro financeiro somou 7,68 bilhões de reais.
O Senado aprovou em segundo turno o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos gastos por 53 a 16. Embora a aprovação fosse esperada, alguns operadores disseram que o placar acendeu a luz amarela por ter ficado abaixo da votação em primeiro turno, que teve 61 votos favoráveis e 14 contra.
Com o cenário político ainda conturbado em meio a escândalos de corrupção envolvendo o núcleo próximo ao presidente Michel Temer, o placar da votação desta terça-feira não tranquilizou os agentes de mercados quanto ao apoio do Congresso a outras medidas econômicas, como a reforma da Previdência.
Investidores também adotaram cautela à espera do Federal Reserve, que define na quarta-feira o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos. As atenções estarão voltadas aos comentários do banco central norte-americano, em busca de pistas sobre o futuro da política monetária.
DESTAQUES
- KROTON (SA:KROT3) avançou 5,65 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após o JP Morgan elevar a recomendação da empresa de educação para "overweight" e também repercutindo a prorrogação do prazo para renovação de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). ESTÁCIO PARTICPAÇÕES ganhou 4,39 por cento.
- ITAÚ UNIBANCO subiu 0,46 por cento, ajudando o viés positivo do Ibovespa devido ao peso em sua composição, mas longe da máxima do dia, quando subiu 1,9 por cento. BRADESCO PN teve valorização de 0,4 por cento.
- JBS (SA:JBSS3) subiu 3,05 por cento, recuperando parte das perdas registradas nos três pregões anterior, de 5,5 por cento.
- VALE PNA caiu 4,12 por cento e VALE ON perdeu 3,93 por cento, com os ganhos vistos nas últimas semanas abrindo espaço para ajustes. Segundo operadores, o mercado questiona se o atual patamar dos preços do minério de ferro, após as fortes altas recentes, é sustentável.
- PETROBRAS PN teve baixa de 0,96 por cento, após subir quase 0,6 por cento na máxima da sessão, enquanto PETROBRAS ON caiu 0,65 por cento, após subir 1,2 por cento no melhor momento do pregão. O movimento de queda veio após a perda de fôlego do petróleo no mercado internacional.