Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta quarta-feira, amparado na percepção mais otimista quanto à manutenção do cronograma para votação da medida que limita o crescimento dos gastos públicos, mas ainda com alguma cautela em meio à crise política instaurada em Brasília.
O Ibovespa subiu 0,53 por cento, a 61.414 pontos. O volume financeiro do pregão somou 8,3 bilhões de reais.
A expectativa de que os ministros do Supremo Tribunal Federal votariam pela permanência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado aliviou as preocupações ao longo do pregão sobre o andamento de votações de medidas econômicas no Congresso Nacional.
Após o fechamento do pregão, os ministros do STF decidiram pela permanência de Renan no cargo, mas o retiraram da linha sucessória da Presidência da República.
Embora otimistas pela perspectiva de que a Proposta de Emenda à Constituição que limita o crescimento dos gastos públicos será votada em segundo turno no Senado na próxima semana, operadores afirmam que o cenário político ainda é instável e motivo de cautela.
No exterior, o ambiente mostrou-se mais favorável, com a crescente expectativa pela manutenção por parte do Banco Central Europeu (BCE) do pacote de estímulos.
DESTAQUES
- VALE PNA subiu 3,11 por cento e VALE ON avançou 3,43 por cento, em mais uma sessão de alta nos preços do minério de ferro.
- JBS (SA:JBSS3) subiu 3,62 por cento, dando continuidade ao avanço da véspera, quando subiu 19 por cento, após anúncio de que fará uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de seus negócios internacionais, operação que deverá trazer recursos para o grupo reduzir endividamento.
- GERDAU (SA:GGBR4) PN subiu 4,73 por cento e CSN (SA:CSNA3) ganhou 0,33 por cento, após o Credit Suisse elevar os preços-alvo para as ações das empresas.
- LOJAS AMERICANAS avançou 5,06 por cento, com a perspectiva de que cortes mais intensos da taxa básica de juros vão favorecer as empresas de consumo e varejo.
- PETROBRAS PN caiu 1,8 por cento e PETROBRAS ON recuou 1,56 por cento, entre as principais pressões negativas, em sessão de baixa nos preços do petróleo. Também como pano de fundo estava a condenação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do consórcio Gemini, parceria entre Petrobras (SA:PETR4) e White Martins no mercado de gás natural liquefeito (GNL), por condutas anticoncorrenciais.