Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Líderes mundiais reunidos no Japão na semana que vem devem tomar medidas concretas em relação ao comércio e não apenas renovar seu pedido para aliviar as tensões comerciais, disse o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, a repórteres nesta quinta-feira.
Uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 em Osaka seria "um sinal bem-vindo", disse Azevêdo à associação de jornalistas da ONU, Acanu, em Genebra.
Azevêdo disse que a OMC publicará seu relatório de monitoramento mais recente na semana que vem, mostrando que as economias do G20 estão impondo novas barreiras comerciais acima da média histórica, sem sinal de abatimento desta tendência.
Trump denominou a si mesmo "homem tarifa" e tem feito uso crescente de altas tarifas de importação ou da ameaça de imposição dessas tarifas.
"No que toca a OMC, esperamos que as medidas de restrição ao comércio sejam revertidas em algum momento, porque elas estão --como eu já disse antes-- afetando o crescimento da economia e do comércio globais", disse Azevêdo.
Ele acrescentou que está claro que Trump vê as tarifas como uma ferramenta importante para ganhar terreno na negociação, e que ele não é o primeiro a fazer isso, mas ressalvou que tarifas mais elevadas podem romper cadeias de fornecimento, deter o investimento e aumentar ainda mais o já elevado nível de incerteza global.
"Então eu não acho que estamos falando de uma situação onde haja um vencedor, francamente. Todos perdem. E quanto mais pobre e mais vulnerável é o país, quanto mais pobre e mais vulnerável é o cidadão, mais negativamente ele é afetado."