LONDRES (Reuters) - Uma surpreendente contribuição de sua fatia na gigante russa Rosneft ajudou a petroleira britânica BP a superar as previsões de resultado no quarto trimestre de 2014, ao mesmo tempo em que a empresa corta gastos em 13 por cento para enfrentar a queda nos preços do petróleo.
O declínio nos preços da commodity refletiu-se também em uma baixa contábil de 3,6 bilhões de dólares em ativos no Mar do Norte e em Angola.
A BP registrou um lucro recorrente livre dos custos de reposição de 2,2 bilhões de dólares, ante projeções de 1,5 bilhão de dólares.
O bom resultado foi explicado em grande parte por um lucro não esperado de 470 milhões de dólares proveniente da Rosneft, que foi duramente afetada pelas sanções ocidentais a Moscou por sua participação na crise da Ucrânia e pela queda nos preços do petróleo.
O lucro da BP com sua fatia de 19,75 da Rosneft deveu-se a uma mudança no sistema de contabilidade de moeda estrangeira em companhias russas. O número foi baseado em dados provisórios e pode mudar.
Diversos analistas esperavam que a BP registrasse perdas de até 750 milhões de dólares no quarto trimestre com sua fatia na Rosneft.
A BP também decidiu acompanhar muitos de seus rivais ao apertar o orçamento e reduzir o valor de ativos como resultado da forte queda nos preços do petróleo desde julho.
"Nós entramos agora em uma nova e desafiadora fase de baixos preços do petróleo no curto e no médio prazos", disse o presidente-executivo da petroleira, Bob Dudley. "Nosso foco agora precisa ser em redefinir a BP".
A companhia já havia anunciado um plano de reestruturação de 1 bilhão de dólares que inclui milhares de demissões, nas quais a empresa já gastou 433 milhões de dólares.
A BP disse que irá cortar o orçamento de investimentos para 20 bilhões de dólares em 2015, ante 22,9 bilhões em 2014.
(Por Dmitry Zhdannikov e Ron Bousso)