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Brasil e UE dispostos a elevar investimentos bilaterais

Publicado 24.01.2013, 17:04

Brasília, 24 jan (EFE).- O Brasil e a União Europeia (UE) se comprometeram nesta quinta-feira em Brasília, na sexta cúpula anual entre ambas as partes, a promover um aumento dos investimentos bilaterais e impulsionar as estagnadas negociações para o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o bloco.

Estas intenções foram manifestadas tanto pela presidente Dilma Rousseff como pelos presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, no pronunciamento que fizeram após o encontro.

Além de criar uma comissão bilateral para a promoção de investimentos, as partes manifestaram sua vontade de que as negociações para o acordo Mercosul-UE, retomadas e abandonadas várias vezes, ganhem finalmente um impulso na reunião ministerial que os blocos terão no Chile nesta semana.

A reunião ministerial para abordar as negociações bilaterais será paralela à primeira Cúpula entre a Comunidade de Estados Americanos e Caribenhos (CELAC) e a UE, que acontecerá nos dias 26 e 27 de janeiro em Santiago, no Chile, e que contará com a participação de Dilma, Durão Barroso e Van Rompuy.

"É uma reunião de alto nível que consideramos estratégica e na qual poderemos definir os próximos passos para as negociações", afirmou a presidente brasileira.

Segundo Dilma, "trata-se de um acordo que consideramos muito importante para as duas regiões e que deve buscar equilíbrio nas assimetrias mas também avanços que beneficiem ambas as partes".

"Necessitamos mais empenho para alcançar um acordo equilibrado e ambicioso entre a Europa e o Mercosul, que seria o maior em nível mundial e em números de pessoas", disse por sua parte Durão Barroso.

O presidente da Comissão Europeia reconheceu que as negociações entre ambos os blocos foi um dos assuntos que dominou a reunião em Brasília.

Segundo Dilma, as duas partes concordaram que as perspectivas para a economia internacional estão melhores hoje do que há um ano, e que uma das saídas para a crise é o aumento dos investimentos e do comércio bilateral.

Dados da Comissão Europeia mostram que a UE é o primeiro parceiro comercial do Mercosul e o bloco sul-americano é o oitavo sócio da UE.

As exportações europeias ao Mercosul, bloco formado pela Argentina, Brasil, Paraguai (suspenso desde junho de 2012), Uruguai e Venezuela (sócio desde julho de 2012), passaram de 28 bilhões de euros em 2007 para 45 bilhões em 2011.

Para Van Rompuy, o acordo UE-Mercosul gerará "possibilidades que consolidariam e abririam novas vias de cooperação". Dilma Rousseff lembrou que apesar da crise, o fluxo comercial entre o Brasil e a UE chegou a US$ 96,6 bilhões em 2012, e que a UE se manteve como o principal parceiro comercial do Brasil, que por sua vez é o nono sócio do bloco europeu.

Dilma afirmou também que o Brasil é o quarto destino dos investimentos da UE, com US$ 36 bilhões em 2011, e que o país se transformou no quinto investidor direto na UE, com um valor acumulado de US$ 80 bilhões até 2010.

O presidente do Conselho Europeu destacou a "ambição" que a União Europeia tem no Brasil em matéria econômica e comercial, assim como os crescentes investimentos do país na Europa.

Van Rompuy lembrou que o Brasil realiza mais investimentos estrangeiros na UE do que em economias emergentes como China e Índia.

Em uma iniciativa para aumentar o comércio, ambas as partes assinaram hoje um acordo de cooperação em saúde animal destinado a beneficiar os setores de gado bovino e suíno, assim como o avícola.

O convênio procura responder principalmente à preocupação das autoridades europeias com a qualidade da carne do Brasil, um dos maiores exportadores mundiais de carne bovina e de frango.

A carne é o sétimo produto brasileiro mais importado pela União Europeia. EFE

cm/dk

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