Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A Braskem (SA:BRKM5) pretende empregar geração de caixa excedente ao longo dos próximos meses na redução da dívida líquida e também pode distribuir mais dividendos, disseram executivos da petroquímica nesta sexta-feira.
"Se vier (um adicional de dividendos com o aumento do lucro), viria por conta da obrigatoridedade do pagamento mínimo por conta da Lei das S/A", disse o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, ressalvando que um eventual pagamento dependerá do resultado contábil da empresa.
A geração de caixa da Braskem medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado dobrou no terceiro trimestre, alcançando 3,044 bilhões de reais, enquanto o lucro líquido passou a 1,482 bilhão de reais, ante 230 milhões no mesmo período do ano passado.
Ao longo de 2015, parte da geração de caixa da petroquímica tem sido destinada ao projeto da companhia no México, mas o progresso físico da obra já atingiu 98 por cento, o que deve gerar um excedente para a companhia.
O lucro obtido de julho a setembro, porém, ocorreu por conta da prática de contabilidade de hedge pela empresa. A Braskem afirmou que se não tivesse adotado a prática, teria divulgado prejuízo de cerca de 3,3 bilhões de reais.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda da empresa no terceiro trimestre, medida em dólares, ficou em 2,05 vezes, menor patamar em nove anos.
Sobre o estudo de viabilidade para construção de um complexo petroquímico nos Estados Unidos, o projeto Ascent, Fadigas disse que a Braskem ainda considera prudente não tomar uma decisão no momento, uma vez que a queda do preço da nafta, que é positiva para as operações no Brasil, reduz a competitividade do projeto.
"Não justifica construir um complexo do zero. Essa oportunidade vai se abrir de novo, o petróleo vai subir em algum momento e o projeto vai voltar a ser importante", afirmou.