(Reuters) - A combinação de fortes resultados operacionais no Brasil com margens maiores no exterior ajudaram a Braskem (SA:BRKM5) a ter forte lucro no terceiro trimestre, mais do que compensando efeitos negativos da depreciação do real frente ao dólar.
A maior petroquímica da América Latina anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido de 1,34 bilhão de reais de julho a setembro, alta de 68 por cento contra um ano antes.
Numa mão, o aumento do spread dos principais químicos permitiu à companhia ter aumento das receitas no exterior, mesmo tendo tido queda nos volumes. O movimento também refletiu a gradual recuperação da economia brasileira sobre os volumes vendidos no país.
Com isso, a receita líquida da Braskem cresceu 34 por cento no comparativo anual, para 16,35 bilhões de reais.
Já o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) avançou 30 por cento ano a ano, para 3,58 bilhões de reais.
Na comparação sequencial, a empresa também se beneficiou da recuperação das vendas no Brasil com o término da greve dos caminhoneiros e maiores volumes de vendas dos Estados Unidos e do México. O uso da capacidade instalada das centrais petroquímicas no país subiu cinco pontos percentuais entre julho e setembro, para 95 por cento.
Em contrapartida, a desvalorização do real frente ao dólar no trimestre pressionou a despesa com juros.
A melhora operacional permitiu à Braskem reduzir a alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, de 1,9 para 1,81 vez em três meses, em dólares.
Em setembro a Braskem fez o resgate parcial de 200 milhões de dólares em títulos internacionais de dívida.
Em junho, a Odebrecht abriu negociação exclusiva para a venda de toda sua participação controladora na Braskem para a holandesa LyondellBasell.
(Por Aluísio Alves)