SÃO PAULO (Reuters) - A Braskem (BVMF:BRKM5) tem uma primeira avaliação de que a demanda por resinas petroquímicas no Brasil em 2023 vai crescer entre 1,5% e 2%, algo que segundo o diretor financeiro, Pedro de Freitas, é "bastante interessante" diante dos riscos de recessão no exterior.
O executivo ressaltou em teleconferência com jornalistas que a empresa ainda está montando o orçamento para o próximo ano e aguardando as definições de política econômica do próximo governo para ter uma avaliação mais definitiva sobre o comportamento da demanda.
No quarto trimestre, a expectativa da Braskem é de estabilidade na demanda no Brasil em relação aos três meses anteriores, com alta em outubro e novembro seguida por redução em dezembro para diminuição de estoques pelos clientes, disse Freitas.
O executivo comentou ainda que os spreads petroquímicos, a diferença de preço entre os insumos usados pela Braskem e os que cobra sobre seus produtos, estão "andando de lado" no quarto trimestre, após uma redução no terceiro.
A companhia divulgou na noite da véspera lucro recorrente antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,97 bilhão de reais, queda de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior e abaixo das expectativas de 3,24 bilhões de reais.
Freitas citou que o desempenho deveu-se em parte ao cenário econômico e geopolítico no exterior, enquanto no Brasil "vemos a economia bastante bem do ponto de vista macro".
A empresa espera finalizar em dezembro a apresentação de propostas de indenização às vítimas do que chama de "fenômeno geológico" em Maceió. Até 31 de outubro, a Braskem fez 18.259 propostas de compensação financeira, cerca de 96% do total estimado. Desse volume, 16.223 já foram aceitas e 14.711 já foram pagas.
A Braskem desembolsou até setembro 6,1 bilhões de reais com as ações na capital alagoana ligadas ao afundamento do solo que obrigou um êxodo em massa de milhares de famílias de suas moradias para outras áreas da cidade.
A companhia também está perto concluir o preenchimento de três de nove cavidades de mineração de sal que estão sob a superfície de Maceió, disse Freitas.
(Por Alberto Alerigi Jr.)