Investing.com – Mesmo com um ambiente ainda restritivo para o mercado de capitais, com juros em patamares elevados, o BTG (BVMF:BPAC11) teve um balanço elogiado por analistas, que mencionam resultados fortes, com receitas impulsionadas pelo segmento wealth, além de uma dinâmica de custos favorecendo os indicadores de eficiência. O banco reportou receita lucro recordes em 2023, mas ponderou sobre um período desafiador. Com investimento bancário pressionado, os dados do primeiro banco a apresentar balanço do quarto trimestre nesta semana não foram o suficiente para favorecer as ações no pregão, que recuavam 0,90% às 14h11 desta segunda (horário de Brasília), com Units a R$36,34.
O banco reportou lucro líquido de R$ 10,4 bilhões no ano, alta de 25%, com R$2,8 bilhões nos últimos três meses do ano, uma expansão de 61% sobre o 4T22. As receitas somaram R$21,6 bilhões no ano e R$5,7 bilhões entre outubro e dezembro, um crescimento de 25% e de 56%, respectivamente. O Índice de Basileia do BTG terminou o período em 17,5%.
Os dados foram considerados como fortes, em linha com o esperado pela XP Investimentos (BVMF:XPBR31). “Com exceção do investment banking, que foi impactado pelo ambiente mais restritivo do mercado de capitais, o banco registrou receitas recordes em todas as linhas de negócio”, apontam os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
“Vale ressaltar que a linha de empréstimos corporativos no 4T22 foi impactada pelo evento de crédito da Americanas”, pondera a XP, ao mencionar como um dos fatores da alta o patamar de comparação pressionado.
Na visão da Empiricus, os dados vieram acima da expectativa, com forte crescimento em diversas áreas, principalmente na franquia de clientes, o que, junto com o controle de despesas, levou a alavancagem operacional e ganho de rentabilidade. “A companhia mostrou um forte controle das despesas no 4T, com queda trimestral de 5% e alta anual de 20%, abaixo da expansão de receita”.
A analista Larissa Quaresma destacou a menor emissão de dívidas no investment banking, mas maior estabilidade de receitas da instituição financeira, com compensação do crescimento de asset management e wealth management.
De acordo com o BB Investimentos, que avaliou os indicadores como positivos, os dados trimestrais foram favorecidos pelas áreas de clientes, que teriam compensado os dados sazonalmente mais fracos das demais franquias.
“O quarto trimestre do BTG foi, de certa forma, mais do mesmo que já vinha sendo apresentado ao longo do ano, com uma dinâmica de compensações entre linhas de receitas, o que reforça a nossa visão de que o BTG continua entregando resiliência perante múltiplos cenários”, conclui.