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SÃO PAULO (Reuters) -O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta sexta-feira, sem restrições, o acordo de incorporação da BRF pela Marfrig (SA:MRFG3).
O negócio cria a MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com receita de R$152 bilhões por ano. A previsão é de que a operação seja concluída ainda em setembro, disseram as empresas.
A BRF, uma das maiores companhias de carnes de frango e suína e processados, será incorporada pela Marfrig, do setor de carne bovina, em acordo que envolveu troca de ações (0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF).
A Marfrig, que já era majoritária entre os acionistas da BRF, vai incorporar todas as ações da BRF que ainda não estavam sob seu controle, enquanto os acionistas da BRF receberão papéis da Marfrig, notou o Cade, em comunicado sobre a aprovação do acordo.
"A decisão, tomada de forma unânime (no Cade) ratifica as análises anteriores do órgão antitruste reafirmando que as empresas já integravam o mesmo grupo econômico, sem apresentar riscos concorrenciais", disseram as empresas.
Segundo análise do Cade, a participação conjunta das empresas nos mercados com sobreposição horizontal, em que ambas ofertam produtos semelhantes e concorrentes, é inferior a 20%, percentual abaixo do patamar presumido como posição dominante, o que justificou a aprovação do acordo.
A MBRF estará presente em 117 países com marcas como Sadia, Perdigão e Bassi, entre outras, e tem produção estimada em 8 milhões de toneladas de produtos anualmente, com 38% do portfólio composto por produtos de valor agregado.
A empresa poderá acirrar a concorrência com a JBS, maior produtora global de carnes.
Quando anunciaram o acordo, Marfrig e BRF projetaram sinergias de R$805 milhões por ano, sendo entre R$400 milhões e R$500 milhões previstos para os primeiros 12 meses e o restante no médio e longo prazos.
(Por Roberto Samora, com reportagem adicional de Isabel Teles e Ana ManoEdição de Pedro Fonseca)