SÃO PAULO (Reuters) - A CCR disse que as negociações com o governo federal para um aditivo contratual em troca de investimentos adicionais na rodovia Presidente Dutra têm sofrido "inúmeras idas e vindas", que "ora sinalizam favoravelmente, ora em sentido completamente contrário" à companhia de concessões de infraestrutura.
A empresa afirmou nesta quinta-feira em comunicado que tem interesse nas obras, assim como o governo, mas ainda pendem questões importantes, estando o debate entremeado por "várias condicionantes – fluxo de caixa marginal, controle da taxa de retorno, dentre outros – que têm impedido a sua evolução".
A concessão tem término previsto para 2021 e poderá ser prorrogada, ter reajuste de tarifas ou ambas as medidas em troca dos investimentos adicionais, que incluiriam a nova pista de subida da Serra das Araras (RJ).
Em meados de novembro, o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, havia dito que esperava até o fim daquele mês ou o início de dezembro a assinatura de aditivo. Na época, ele afirmou que o total estimado de investimento no aditivo era de 3,4 bilhões de reais, sendo 1,8 bilhão na nova pista da Serra das Araras e 1,6 bilhão em obras de melhoria em torno da concessão.
As declarações da CCR nesta quinta-feira vêm após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem do Valor Econômico. O jornal publicou na véspera que o contrato de concessão da Dutra seria prorrogado por 13 anos em troca de 2,3 bilhões de reais em investimentos, proposta que ainda seria objeto de audiência pública.
"A conclusão do assunto e a decisão do poder concedente de incluí-los, via aditivo contratual, nas obrigações da concessionária, não podem ser consideradas como definidas, pendentes ainda etapas importantes como a oitiva dos interessados em audiências públicas", disse a CCR nesta quinta.
(Por Priscila Jordão)