Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de concessões de infraestutura CCR (SA:CCRO3) anunciou nesta terça-feira que exerceu opção para ampliar sua participação na concessionária e na operadora do aeroporto de San Jose, na Costa Rica, numa operação de 60 milhões de dólares.
Com o negócio, a fatia da CCR na Aeris, concessionária do terminal, atinge 97,15 por cento, enquanto na operadora Ibsa a participação alcança 99,64 por cento, informou a companhia brasileira em fato relevante.
O aeroporto de San José movimenta quase 5 milhões de passageiros por ano, gera receita de cerca de 100 milhões de dólares anualmente e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 36,5 milhões de dólares.
Segundo o presidente da divisão CCR Aeroportos, Ricardo Bisordi, o negócio é parte da estratégia da CCR de ampliar operações em aeroportos e no mercado internacional.
A CCR entrou no setor aeroportuário em 2012. Desde então, a companhia assumiu metade da operação do aeroporto de Quito, no Equador, e de 70 por cento no de Curaçao, na América Central, além de quase metade das operações no terminal de San José. Em 2015, comprou 70 por cento da prestadora de serviços aeroportuários Total Airport Services (TAS), no Estados Unidos. No Brasil, a CCR faz parte do consórcio responsável pelo aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
Esse conjunto fez a fatia do setor na receita da CCR subir gradualmente nos últimos anos, chegando 12 por cento em 2017.
"A estratégia é ter uma participação crescente em aeroportos internacionais nas Américas, como parte do nosso movimento de internacionalização", disse Bisordi.
A concessão do aeroporto costarriquenho vence em 2026, mas a CCR avalia que há uma boa oportunidade de o prazo ser estendido, com possíveis obras de extensão da capacidade, hoje de 6 milhões de passageiros anualmente.
O aumento da participação no terminal, que depende de uma celebração oficial futura, prevê que a CCR pague também juros de 10 por cento ao ano a partir do início deste ano, até a conclusão financeira.
A fatia adicional na concessão do terminal de San José pertencia ao grupo canadense Omers e a compra envolve um elemento adicional além da diversificar receitas e operações. É também parte da campanha da CCR para se cacifar para entrar com mais força nos Estados Unidos, hoje seu mercado mais desejado.
Ao assumir quase integralmente as operações do terminal da Costa Rica, onde 98 por cento dos voos são internacionais, a CCR vai se apresentar no território norte-americano, um mercado praticamente virgem em termos de concessões aeroportuárias ao setor privado, segundo a empresa, tanto como concessionária quanto como operadora.
A CCR, que avalia 15 projetos nos EUA atualmente, será uma das patrocinadoras do Global Airport Development (GAD), evento internacional anual do setor aeroportuário, que neste ano acontecerá em Denver, no Estado americano do Colorado, na semana que vem.