SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de infraestrutura CCR está vendo o mercado para refinanciamento de suas dívidas "mais curto", mas a companhia mantém os planos de investimento deste ano, afirmou nesta quarta-feira o diretor jurídico da companhia, Marcus de Senna.
"O mercado deu mudada bastante grande depois do downgrade (corta de nota de crédito) do Brasil, ficou mais curto. A gente vinha emitindo dívida em prazo de cinco anos (...) Podemos esperar que CCR vá fazer refinanciamentos, mas talvez não mais nestes prazos", disse Senna. Ele acrescentou que a CCR vê em debêntures uma das principais fontes de financiamento.
Apesar do mercado de crédito mais restritivo, Senna afirmou que a CCR está "bastante próxima do cronograma histórico" de investimentos e que por isso está mantendo projeção de investir este ano 4,8 bilhões de reais.
Segundo ele, a CCR normalmente investe 40 por cento do orçamento do anual no último trimestre de cada ano. Até o terceiro trimestre, a empresa tinha desembolsado cerca de 50 por cento do montante total.
Sobre a negociação da companhia envolvendo aditivos contratuais, Senna afirmou que a CCR está "em fase bastante avançada" nas conversas com o governo federal envolvendo aditivos ao contrato de concessão da rodovia Presidente Dutra. O governo definiu em 9,95 por cento a taxa de retorno do aditivo e o executivo afirmou que a forma de equilíbrio do contrato será por meio de ampliação do prazo da concessão.
O executivo comentou ainda que o volume de tráfego nas rodovias administradas pela CCR tem "ficado menos negativo e essa tendência parece que está continuando (...) O tráfego leve até melhorou no mês de outubro um pouquinho". Ele, porém, não informou detalhes.
Excluindo a CCR Ponte, que não está mais sob concessão da empresa, e a MSVia, o tráfego em estradas da CCR caiu 1,9 por cento sobre um ano antes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)