PARIS (Reuters) - A disputa trabalhista com pilotos franceses sobre o lançamento na Europa da companhia aérea de baixo-custo da Air France-KLM, a Transavia, poderá forçar a gestão da empresa a abandonar o plano, disse o presidente-executivo Alexandre de Juniac nesta terça-feira.
A greve que custa diariamente até 20 milhões de euros (25,7 milhões de dólares) entrou em seu nono dia, apesar da promessa da Air France de suspender o projeto da Transavia até o fim do ano.
Juniac disse que estava profundamente relutante em abandonar o lançamento do projeto que ele vê como crucial para lutar contra a concorrência de outras companhias de baixo custo, mas que ele pode ter que fazê-lo.
"Estamos suspendendo, e se não conseguirmos chegar a um acordo, seremos obrigados, morrendo em nossas almas, a abandonar o projeto", disse ele à rádio France Inter.
Mais cedo nesta terça-feira, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, reiterou seu apoio à gestão da companhia aérea franco-holandesa e disse: "As condições parecem estar preparadas para a convergência das posições das partes."
"Não há nenhum sentido na greve. O povo francês não entende isso. Ela representa um perigo real para a empresa", disse Valls à rádio Europe 1.
A Air France-KLM quer desenvolver a Transavia com hubs na França, Holanda e Europa, em uma tentativa de manter a participação de mercado da segunda maior empresa aérea da Europa em receita diante da concorrência acirrada no setor.
No entanto, os pilotos da Air France temem que o movimento - especialmente para os hubs que irão contratar pilotos fora da França - acabe corroendo seus salários e condições de trabalho, que estão entre os melhores da Europa.
A greve cancelou cerca de 60 por cento dos voos da Air France na maioria dos dias desde o seu início. A Air France disse que cerca de metade de seus voos estariam operando nesta terça-feira.
(Reportagem de Sophie Louet, Leigh Thomas e Gwenaelle Barzic)