Por Nora Eckert
DETROIT (Reuters) - A Stellantis (NYSE:STLA) confirmou nesta quinta-feira que seu presidente-executivo, Carlos Tavares, se aposentará ao final de seu contrato, em 2026, e que as buscas por um sucessor estão em andamento, à medida que enfrenta dificuldades para reverter o desempenho fraco de suas operações na América do Norte.
Os lucros e as vendas da montadora franco-italiana vêm caindo, forçando a companhia a cortar na semana passada sua previsão de lucro para 2024 e sinalizar possíveis reduções em seus dividendos e recompras de ações no ano que vem.
Analistas têm rebaixado as ações da empresa, que já caem 42% este ano, após alguns passos em falso na América do Norte, onde as vendas de modelos populares, como as picapes Jeep e Ram, costumam gerar parte significativa de seus lucros.
A confirmação dos planos de aposentadoria de Tavares ocorre semanas após a Stellantis dizer que estava procurando seu sucessor, embora tenha dito na ocasião que havia a possibilidade de ele permanecer no cargo após o término de seu contrato.
O CEO da quarta maior montadora do mundo em vendas tem enfrentado duras críticas de concessionárias, acionistas e do sindicato United Auto Workers nos últimos meses.
Tavares disse que optou por uma ampla reformulação na gestão para lidar com essas preocupações, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira.
"Durante esse período 'darwiniano' para a indústria automotiva, nosso dever e responsabilidade ética é nos adaptar e nos preparar para o futuro", disse Tavares.
A Stellantis nomeou Doug Ostermann, ex-diretor de operações de sua divisão na China, como diretor financeiro, substituindo Natalie Knight, que está deixando a empresa. A montadora também está lidando com um excedente de estoque em meio à forte concorrência da China.
(Reportagem de Nora Eckert em Detroit; reportagem adicional de Shivansh Tiwary em Bengaluru)