Chanceler da Alemanha começa 1ª viagem pela América do Sul para fortalecer relações

Publicado 28.01.2023, 12:46
© Reuters.

Por Sarah Marsh

BERLIM (Reuters) - O chanceler alemão, Olaf Scholz, dirige-se à Argentina neste sábado para iniciar sua primeira viagem pela América do Sul, no momento em que seu governo busca reduzir a dependência econômica da China e fortalecer relações com democracias ao redor do mundo.

Durante os três dias da viagem, Scholz, um Social Democrata, visitará as três maiores economias da região - Argentina, Chile e Brasil.

Uma das prioridades da agenda será a guerra na Ucrânia e as lições tiradas dela - como, para Berlim, uma consciência maior sobre a necessidade de reduzir a dependência econômica de Estados autoritários. A dependência alemã do gás da Rússia gerou uma crise de energia depois que as relações se deterioraram por causa da guerra iniciada por Moscou.

A Europa no geral corre para reduzir sua dependência especialmente da China por minérios essenciais para a transição a uma economia de carbono neutro e a América do Sul é rica nesses minerais.

“Esses três países são todos parceiros interessantes para a diversificação das nossas relações econômicas no geral, mas também para nosso abastecimento de commodities”, disse uma autoridade do governo alemão na sexta-feira.

Sobre a concorrência com a China, que investiu bastante na região na última década, a autoridade disse que a Alemanha simplesmente precisa ser mais ativa e também mais preparada para abraçar setores dos quais até então se esquivava.

“Por exemplo, mineração de lítio - essa é uma tarefa desafiadora, especialmente em relação aos padrões sociais e ambientais. E no passado, nós provavelmente evitamos isso… mas não podemos nos dar a esse luxo, se quisermos nos sustentar.”

Argentina e Chile estão no chamado “triângulo do lítio” da América do Sul, que abriga as maiores reservas mundiais do metal usado em baterias.

O chanceler alemão é acompanhado de uma delegação de cerca de uma dúzia de executivos de vários setores, e também da vice-ministra da Economia, Franziska Brantner.

BRASIL

No Brasil, a última perna da viagem, Scholz estará ao lado da ministra do Desenvolvimento, Svenja Schulze, por causa do novo ímpeto para projetos conjuntos desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu uma revolução na política climática do Brasil.

O desmatamento na Amazônia atingiu seus maiores patamares em 15 anos sob o governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.

O novo foco de Lula pode ajudar a abrir caminho para um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul - o que também está na agenda de Scholz para as conversas com os líderes regionais.

Embaixadores da UE já disseram ao Brasil que o acordo de livre comércio com o Mercosul, acertado em princípio em 2019, não será ratificado, a menos que haja medidas concretas para interromper a destruição cada vez maior da floresta amazônica.

A visita de Scholz também é uma demonstração forte de apoio a Lula, após apoiadores de Bolsonaro atacarem os prédios dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro, apenas uma semana depois da sua posse.

O chanceler alemão falará sobre isso e também visitará memoriais das vítimas das ditaduras militares de Chile e Argentina.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.