Por Alan Baldwin
LONDRES (Reuters) - O chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff, admitiu nesta sexta-feira que a mudança bombástica do heptacampeão mundial Lewis Hamilton para a Ferrari a partir de 2025 foi um choque.
A transferência que abalou o esporte foi anunciada ao mundo pelas duas equipes na quinta-feira, um dia depois que o britânico informou Wolff de sua decisão.
"A Fórmula 1 e minha vida me tornaram resistente a surpresas. Fui confrontado tantas vezes em minha vida com cisnes negros, mas isso foi uma surpresa", disse o austríaco aos repórteres em uma ligação de vídeo na sexta-feira.
"Sabíamos que talvez pudesse ser um ano, poderia ser dois", disse ele sobre a extensão do contrato com uma cláusula de liberação que Hamilton e a Mercedes assinaram apenas em agosto passado.
"Sabíamos que terminaria, no máximo, no final de 2025."
"A surpresa foi que eu ouvi os rumores alguns dias antes, mas quis esperar pelo café da manhã que havíamos planejado e que foi na quarta-feira de manhã. Foi quando ele deu a notícia."
Wolff contou que Hamilton, de 39 anos, foi à sua casa em Oxford e lhe disse que precisava de um novo desafio.
"Ele me disse que decidiu correr pela Ferrari em 2025. E foi basicamente isso. Tivemos uma boa hora de conversa."
"A forma como ele me explicou é perfeitamente compreensível... que ele estava procurando um ambiente diferente e que talvez fosse a última possibilidade de fazer outra coisa."
"Somos garotos grandes. Sabíamos que assinar um contrato de curto prazo poderia ser benéfico para ambos os lados. Não poderíamos nos comprometer por um período mais longo e ele tomou a opção de sair", acrescentou.
"Respeitamos totalmente o fato de que você pode mudar de ideia em circunstâncias diferentes."
Wolff, que discursou para a equipe na quinta-feira, disse que não tentou persuadir Hamilton a mudar de ideia, mas que se concentrou nos prazos de um anúncio e em como proteger a próxima temporada.
Ele afirmou que o engenheiro de corrida de Hamilton, Peter "Bono" Bonnington, também ficou surpreso.
"Quando lhe contei, ele disse: 'É 1º de abril?´", revelou, acrescentando que o fato de o engenheiro ir ou não com Hamilton para a Ferrari era um assunto a ser discutido no futuro.